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Canção Nova Também Provoca Polémica no Brasil
2001-10-18 12:20:31

No Brasil, a TV Canção Nova (TV-CN), pertencente ao movimento católico carismático com o mesmo nome, foi acusada, em Maio, por um responsável da Rede Vida, uma outra televisão católica próxima do episcopado, de estimular alguns bispos a trocar o sinal da Rede Vida pelo da TV-CN.



De acordo com uma fonte da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a denúncia foi feita no dia 23 de Maio deste ano, numa reunião paralela à assembleia da CNBB. O encontro juntava o bispo destacado para a área das comunicações sociais, D. Décio Zandonade, auxiliar da diocese de Belo Horizonte, e os responsáveis das televisões católicas brasileiras. A determinada altura, o bispo refere-se à necessidade de as televisões não estimularem a política de retirar uma emissora de determinadas dioceses para colocar outra, numa alusão à concorrência entre estações comerciais para conquistar territórios e audiências.

O representante da Rede Vida, João Monteiro de Barros Neto, atalha o bispo dizendo que essa tem sido exactamente a prática da TV-CN. Barros Neto refere-se a dois casos concretos, sendo um deles a cidade de Olímpia, no interior de São Paulo. O padre Jonas Habibe, da Canção Nova, reage afirmando desconhecer o facto e prometendo perguntar aos seus assessores.

A questão foi, entretanto, relativizada. O pai de Barros Neto, João de Barros Filho, primeiro responsável da Rede Vida, disse ao PÚBLICO que aquelas são "divergências naturais" entre televisões. O equipamento que retransmitia o sinal da Rede Vida era propriedade da prefeitura (município). Uma vez mudado o sinal para a TV-CN por opção dos responsáveis católicos locais, a Rede Vida está a tratar agora de montar o seu próprio equipamento.

A Rede Vida foi a primeira televisão ligada à Igreja Católica a estabelecer-se no Brasil. Propriedade do Instituto Brasileiro da Comunicação Cristã, instituição sem fins lucrativos presidida por cinco bispos, a Vida é dirigida, com "completa autonomia", pela família Monteiro de Barros. Tem neste momento 15 milhões de parabólicas ligadas à estação, além da transmissão em sinal aberto, da difusão pela rede de cabo da Globo e através de mais três satélites. Chega actualmente a uns 110 milhões de brasileiros e conquistou, em seis anos, o quinto lugar entre as redes de TV brasileiras, segundo Barros Filho.

A TV-CN é o segundo canal católico que pretende alcançar o âmbito nacional. O canal também já tem uma forte presença no país, mas, de acordo com a fonte da CNBB, tem havido "um grande desconforto" entre o conjunto do episcopado brasileiro relativamente ao canal. "Faz um proselitismo duro, uma pregação moralista violenta, com a qual a Igreja não comunga, no seu todo", diz ao PÚBLICO este responsável ligado à conferência episcopal brasileira, que caracteriza o estilo da TV-CN como "uma forma um pouco IURD", numa alusão à Igreja Universal do Reino de Deus.

A terceira televisão católica é a TV Século XXI, com finalidade educativa. Dirigida por um padre jesuíta, esta estação reduz a programação religiosa a horários estritos.

Fonte Público

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