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O diálogo é a arma da paz
2001-09-24 23:18:20

De visita ao maior país da Ásia Central, o Papa escolheu a arma do diálogo. No Cazaquistão João Paulo II propôs o diálogo entre as nações como medida para evitar o recurso às armas.

Num país onde o Islamismo é maioritário, o Papa lembrou que as religiões nunca poderão ser causa de guerras mas unicamente construtoras de paz.
Com 81 anos, e a viajar para fora do Vaticano por 95 vezes, o Papa Woityla visitou a grande estepe da Ásia Central, o Cazaquistão, uma ex-república soviética, onde a maioria é muçulmana e onde reside uma pequena, mas fervorosa, comunidade católica.
Um país que João Paulo II visita no décimo aniversário da sua independência e que felicitava, logo à chegada, pela coragem, manifestada por este país, em ter encerrado uma base de armamento nuclear e aderido ao Tratado Internacional que proíbe as experiências nucleares. “Na base desta decisão está a vossa convicção de que as questões controversas devem ser resolvidas não com o recurso às armas, mas pelos meios pacíficos da compreensão e do diálogo. Não posso deixar de encorajar este tipo de empenho, que bem responde às exigências fundamentais da solidariedade e da paz, à qual os seres humanos aspiram com um crescente desejo”.
O Papa enviava também uma especial saudação à comunidade islâmica, afirmando que todas as religiões deveriam comprometer-se em promover os valores espirituais e morais, capazes de garantir um futuro de paz para todos.
Com 15 milhões de habitantes, na sua maioria seguidores do profeta Maomé, o Cazaquistão está preocupado com os grupos de extremistas que aspiram à criação de um Estado Islâmico na Ásia Central. O governo da capital Astana, criou já um corpo militar para travar as incursões extremistas no sul do país.
Na Eucaristia que celebrou no Domingo, numa Praça da capital do Cazaquistão, o Papa voltou a sublinhar que a riqueza deste país reside na sua variedade étnica, cultural e religiosa. João Paulo II exortou todos a uma oração comum em vista da justiça da solidariedade e da paz. Uma tarefa que o Papa recomenda particularmente a muçulmanos e cristãos, ao afirmar, que estes estão empenhados em cada dia e lado a lado, na humilde busca da vontade de Deus.
Ainda no Sábado e ao visitar o monumento erigido às vítimas do totalitarismo, João Paulo II referiu que o Cazaquistão é uma terra de mártires, de deportados e de heróis, e que este país apresenta ainda as cicatrizes da sua história recente. Quando era parte integrante da União Soviética, o Cazaquistão albergava 16 dos muitos campos de trabalho a que se convencionou chamar Gulag’s.
Na manhã de Segunda feira, o Papa celebrou a Eucaristia na Catedral da Senhora do Perpétuo Socorro para um pequeno grupo de sacerdotes e religiosos que desenvolvem a sua actividade pastoral neste país. O Papa evocou a memória de alguns Beatos que perderam a vida ou enfrentaram o martírio nos campos de concentração dos anos da perseguição comunista. Todos eles deverão ser incentivo a um renovado compromisso pastoral para os cristãos de hoje.
À tarde, e num encontro que manteve com os representantes do mundo da cultura, da arte e da ciência, João Paulo II voltou a sublinhar a necessidade de uma parceria entre as diversas religiões na edificação de uma sociedade pacificada. “Perante uma assembleia tão qualificada, desejo reafirmar o respeito da Igreja Católica pelo Islão, o Islão autêntico: o Islão que reza, que se faz solidário para com os que enfrentam necessidades. Com os erros do passado ainda na memória, todos os crentes devem unir os seus esforços, para que, Deus nunca seja objecto da ambição dos homens. O ódio, o fanatismo e o terrorismo profanam o nome de Deus e desfiguram a imagem autêntica do homem.
Nesta sua deslocação apostólica, o Papa, numa atitude sem precedentes, optou por deixar no Vaticano o Cardeal Secretário de Estado Ângelo Sodano, a justificação avançada foi o desejo do Papa de que este Cardeal acompanhe de perto os acontecimentos que dominam neste momento a actualidade mundial.
Nas próximas horas, o Papa deixará o Cazaquistão dirigindo-se para Yerevan na Arménia. Nova escala desta deslocação apostólica, a Arménia está a comemorar os 1700 anos da sua conversão ao cristianismo.

Fonte Ecclesia

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