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Reforma dos Padres Deveria Ser Aos 75 Anos
2001-09-06 20:18:19 Os padres, "tal como acontece com os bispos", devem ter "obrigatoriamente a sua reforma aos 75 anos", uma medida tanto mais necessária "quanto mais evidente se torna o envelhecimento do clero e a "injustiça do desgastante trabalho paroquial de muitos sacerdotes que, como qualquer cidadão, têm o direito a uma digna reforma". A frase consta das conclusões da 24ª Semana Bíblica Nacional, uma iniciativa dos Padres Franciscanos capuchinhos e da revista "Bíblica".
Dedicada ao tema dos ministérios na Bíblia e na Igreja, a Semana Bíblica, cujas conclusões foram ontem divulgadas, decorreu em Fátima entre 26 e 31 de Agosto com a participação de 400 pessoas. No documento afirma-se que o tema escolhido é essencial para a vida dos da Igreja, uma vez que é no seu seio que "devem ser entendidos os diferentes ministérios e funções, como participação do único sacerdócio de Cristo".
A necessidade do confronto permanente entre a mensagem original da Bíblia e a liberdade criativa das comunidades cristãs leva os participantes a defenderem no documento final que a Igreja também deve "abrir caminhos a novas maneiras de exercer o presbiterado [sacerdócio] para a celebração da Eucaristia", bem como "a novos ministérios bem organizados e definidos, sendo o mais urgente destes o diaconado feminino".
O diaconado era uma instituição das primeiras comunidades cristãs, destinado aquilo que hoje seria definido como serviço social, e que tem vindo a ser lentamente recuperado pela Igreja Católica desde o Concílio Vaticano II (1962-65), embora sem grande sucesso. Mas mesmo com a recuperação, o ministério do diaconado, que na actual hierarquia corresponde a um grau abaixo do padre, continua vedado às mulheres.
É esta realidade que leva os participantes da Semana Bíblica Nacional a afirmar que a Igreja "está ao serviço do mundo de cada época e cultura". Por isso, devem ser desenvolvidos "os ministérios necessários à sua missão em cada época e para o mundo em que a Igreja está inserida". Até porque aparece "como algo negativo para a missão da Igreja o facto de o ministério sacerdotal, por vezes, absorver e impedir outros ministérios ordenados e os 'ministérios laicais' ou 'ministérios instituídos'. O que leva os participantes desta semana de estudos a pedir "que se respeite o direito das comunidades cristãs católicas aos ministérios para este tempo e para a cultura actual, não apenas para o exercício dos ministérios do ensino e da palavra, mas também para a eucaristia".
Fonte Público
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