paroquias.org
 

Notícias






As Novas Tecnologias na Missão
2001-09-06 20:00:47

A Igreja “existe para evangelizar”, isto é, para “levar a Boa Nova a todas as parcelas da humanidade, em qualquer meio e latitude, e, pelo seu influxo, transformá-las a partir de dentro e tornar nova a própria humanidade”.
DIRECTÓRIO GERAL DA CATEQUESE, 46


Os computadores pessoais estão a transformar a nossa maneira de pensar e agir, e muito mais rapidamente do que era de esperar. Estão cada vez mais rápidos e “inteligentes”, mas muito aquém daquilo que nós gostaríamos. Geram desconfiança nalgumas pessoas, mas têm encontrado cada vez mais amigos, isto é, utilizadores.
As potencialidades das novas tecnologias crescem de dia para dia e as fragilidades das mesmas também. O disco rígido do computador pode hoje armazenar uma quantidade imensa de informação. A sua capacidade já ultrapassou os 180 gigas, por unidade, e podemos juntar numa mesma máquina dezenas destas caixinhas mágicas, para armazenar vídeo, imagens fotográficas de grande resolução e também os pequenos ficheiros da homilia do Domingo ou da folha das missas. Muda-se o nome do “Santo” e já está pronta para encantar outra multidão de fiéis. Depois há os perigos: um pequeno verme ou vírus entra pela drive de disquetes ou pela porta da internet e lá se vai tudo. E lá se vai sobretudo a confiança na caixinha dos segredos!...
Hoje podemos ter, com relativamente pouco dinheiro, a nossa “estação de televisão”, a nossa “rádio” a nossa “internet”.
Convém apostar em coisas que não se tornem uma sobrecarga e que sirvam para realizar o que queremos. Podemos ter muita qualidade com pouco dinheiro, mas nem tudo o que reluz é ouro.
A pequena citação do início deste comentário é para nos lembrar que a mensagem de Jesus Cristo é a mesma desde que começou a circular e a ser proposta pelas primeiras comunidades cristãs. As novas tecnologias estão agora a surpreender-nos, mas serão em pouco tempo ultrapassadas por outras muito mais aperfeiçoadas e mais simples. A simplicidade tem a ver com o aspecto intuitivo das aplicações ou dos “programas” e também com uma multidão de funções automáticas, mas o utilizador terá sempre que carregar “aqui” e escrever “além”. A inteligência artificial ainda está a quilómetros da inteligência humana. Estamos à espera de computadores que obedeçam à nossa voz e não apenas ao alfabeto inglês. Estamos sobretudo à espera de uma geração que não tenha medo das máquinas e que se não deixe escravizar por elas. E como sempre o pensamento irá à frente das ideias materializadas neste texto, nesta imagem ou naquela página web. K. Gibran dizia que o pensamento é como uma ave do espaço que está metida numa gaiola de palavras: pode abrir as asas, mas não pode voar.
Vamos agora para a sombra de uma qualquer árvore em qualquer sítio do mundo onde uma comunidade cristã se reúne e imaginemos como é interessante um microfone, um projector de vídeo e um pequeno computador portátil com tudo o que é necessário para transmitir a mensagem daquele dia. Uma imagem vale por muitas palavras, e é tão fácil hoje colocar uma imagem dentro do computador e inundar os olhos de uma comunidade reunida na floresta africana, num bairro da América do Sul ou na planície altentejana...
É preciso dinheiro, é claro, porque as coisas não caiem do céu. E é preciso comprar a coisa certa para aquele lugar. Não posso querer que a minha imagem inunde os olhos da minha assembleia se não tem luz nem cor. Uma projecção multi-média feita com um qualquer programa de computador tem muitas mais poten-cialidades do que o “diapositivo” clássico. Mas eu não dispenso o celulóide apesar de usar uma máquina fotográfica digital. Há lugar para todas as técnicas, para todas as artes... e o centro será sempre para a Mensagem, para a Boa Nova.
Hoje as novas tecnologias chamam-se computador, telemóvel, disco compacto, disco versátil (DVD), MP3, máquina fotográfica digital, projector de vídeo, página web, internet... e-mail! Amanhã terão outros nomes. O Evangelho será sempre Boa Nova, Boa Notícia enquanto houver anunciadores e discípulos de Jesus Cristo para ir ao encontro daqueles que ainda não ouviram falar d’Ele. Muitos destes estão também escondidos por detrás do ecrã de um computador. Vem por isso a propósito o título de um livro virtual que ainda não se tornou “e-paper” ou página web, mas que teria como título “ A Espiritualidade do Ecrã”.
Junte ao seu portátil um projector de vídeo e uma máquina fotográfica digital. Quantos mais pixéis melhor. Não esqueça o gravador de cd’s para a sua música preferida e para os seus ficheiros MP3 ou imagens de estimação. Um bom microfone ajuda sempre e umas boas colunas podem fazer chegar a sua voz a toda a assembléia, reunida à volta do altar ou em procissão. Um bom inversor (com onda sinoidal pura) dá-nos a energia que precisamos em qualquer sítio do globo, desde que haja combustível no depósito do carro ou umas baterias carregadas na véspera.
Creio na Vida Eterna e nas limitações dos aparelhos e das novas tecnologias! Espero melhores computadores, máquinas fotográficas digitais com maior resolução... Gosto da “minha” bíblia electrónica, do meu projector de vídeo com resolução de 1024 por 768 e 1200 ansi lumens, do meu microfone sem fio e do gravador de mini disc.

Pe. Elísio Gama, SVD
Paróquia de Almodôvar
e.gama@verbodivino.pt


Fonte Ecclesia

voltar

Enviar a um amigo

Imprimir notícia