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PADROEIRA DOS PESCADORES VENERADA EM ALBUFEIRA
2001-08-16 11:52:44

Raul Manuel Henriques, pescador, 27 anos, foi um dos homens do mar que anteontem transportou o andor com a imagem da sua padroeira, Nossa Senhora da Orada, numa procissão pelas ruas da cidade de Albufeira levando-a de volta à sua capela, repetindo uma tradição que remonta aos finais do século XV.

O homem que desde os 12 anos anda na vida do mar garantiu ao Correio da Manhã que enquanto tiver "força e saúde" continuará a levar a sua santa padroeira, por quem sente "uma grande devoção", tal como a maioria dos pescadores de Albufeira, para a capelinha erigida em sua honra. Os festejos religiosos em louvor à santa padroeira dos pescadores tiveram início com uma missa celebrada pelo bispo auxiliar, D. Manuel Quintas, na Igreja Matriz de Albufeira, onde a Senhora da Orada se encontrava há quatro dias. No final da eucaristia, Jacinto Alex, numa rotina que repete há 42 anos, subiu os degraus íngremes da torre da igreja e, com destreza, fez os sinos entoarem a "Miraculosa", dando sinal aos homens do andor para que avançassem rumo à capela. "Toda a minha vida vim a esta festa. Nunca perdi uma procissão", garantiu ao CM Floripes Vieira, de 87 anos, que agora, juntamente com a sua irmã, apenas vêem, com tristeza visivelmente estampada no rosto, a santa partir, pois a idade avançada já não lhes permite percorrer o longo trajecto até à Capela da Orada. Pelo caminho apenas foi feita uma paragem na zona do Rossio, local muito ligado aos pescadores, onde foi pregado um sermão e efectuada a benção do mar e das embarcações. Uma paragem que o pároco de Albufeira, Rosa Simão, compara com a vida: "A procissão é um símbolo daquilo que é nossa vida. Nós temos que parar para reflectir e ouvir a palavra de Deus", explicou.

Procissão de barco

Este ano e pela primeira vez, São Vicente acompanhou a Senhora da Orada na procissão de volta à capela. Raúl Manuel Henriques explica que São Vicente foi oferecido em bebé à santa padroeira dos pescadores e que por essa razão foi entendido pela população que deveria acompanhar a Senhora da Orada. Curiosamente, a oferta de recém-nascidos à santa em busca de protecção e como forma de agradecimento pela dádiva de mais uma vida é uma tradição que se mantém viva entre as famílias de Albufeira. "As pessoas quando saem do hospital vêm logo à Capela da Orada para oferecer os seus filhos, antes mesmo de irem às suas próprias casas", garantiu o pescador, que confessou ter feito o mesmo aquando do nascimento da sua filha. A procissão terminou já ao início da noite, quando o andor que transportava a imagem de Nossa Senhora da Orada chegou à capela de onde só voltará a sair no próximo ano. O cónego Rosa Simão revelou que em 2002 a procissão poderá ser realizada de barco devido à conclusão da marina de Albufeira.

Fonte CM

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