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Papa quis “discreta celeridade” na beatificação de João Paulo II
2011-05-03 09:58:32

O Papa Bento XVI afirmou, durante a homilia da missa de beatificação de João Paulo II, que quis uma “discreta celeridade” no processo que culminou este domingo com a proclamação do seu antecessor como novo beato.

Recordando a sua morte e o momento do funeral, há seis anos, o Papa afirmou que já naquele dia se sentia “pairar o perfume da sua santidade, tendo o Povo de Deus manifestado de muitas maneiras a sua veneração” por João Paulo II. “Por isso, quis que a sua causa de beatificação pudesse, no devido respeito pelas normas da Igreja, prosseguir com discreta celeridade”, acrescentou Bento XVI.

A rapidez do processo é uma das questões que alguns católicos colocam, chamando a atenção para a pouca distância temporal decorrida entre a vida de Wojtyla e a sua beatificação.

Na homilia, o Papa Ratzinger recordou também o papel de João Paulo II na luta contra o comunismo do Leste europeu: “Karol Wojtyła subiu ao sólio de Pedro trazendo consigo a sua reflexão profunda sobre a confrontação entre o marxismo e o cristianismo, centrada no homem”, afirmou. Para acrescentar: “A sua mensagem foi esta: o homem é o caminho da Igreja e Cristo é o caminho do homem. (…) Através do longo caminho de preparação para o Grande Jubileu [do ano 2000], ele conferiu ao cristianismo uma renovada orientação para o futuro, o futuro de Deus, que é transcendente relativamente à história, mas incide na história.”

Foi com esta perspectiva que João Paulo II recuperou “aquela carga de esperança que de certo modo fora cedida ao marxismo e à ideologia do progresso”. João Paulo II, afirmou o Papa Ratzinger, “legitimamente reivindicou-a para o cristianismo, restituindo-lhe a fisionomia autêntica da esperança, que se deve viver na história com um espírito de ‘advento’, numa existência pessoal e comunitária orientada para Cristo, plenitude do homem e realização das suas expectativas de justiça e de paz.”

Na homilia, Bento XVI, que sucedeu ao primeiro Papa polaco da história, recordou ainda os 23 anos que, enquanto prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, trabalhou directamente com o seu antecessor: “O meu serviço foi sustentado pela sua profundidade espiritual, pela riqueza das suas intuições. Sempre me impressionou e edificou o exemplo da sua oração: entranhava-se no encontro com Deus, inclusive no meio das mais variadas incumbências do seu ministério. E, depois, impressionou-me o seu testemunho no sofrimento (…) A sua humildade profunda, enraizada na união íntima com Cristo, permitiu-lhe continuar a guiar a Igreja e a dar ao mundo uma mensagem ainda mais eloquente, justamente no período em que as forças físicas definhavam.”

Bento XVI definiu ainda a sua missão como a continuação da causa que animou João Paulo II: a de apelar à abertura dos corações a Cristo: “Não tenhais medo. Abri, antes, escancarai as portas a Cristo.”

Há cerca de uma hora, quando eram 10h38 em Roma (menos uma hora em Lisboa), Bento XVI proclamara beato o seu antecessor, facto que foi acolhido por um longo aplauso de oito minutos. Uma multidão de centenas de milhares de pessoas – onde dominam os polacos, conterrâneos de Wojtyla – está em Roma a participar na cerimónia.

A missa prossegue agora, concelebrada por centenas de cardeais, bispos e padres, e na qual participam também 87 delegações oficiais – incluindo o presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, e o ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, Luís Amado.

Fonte Público

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