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Inauguração do Quartel da Paz na Paróquia de S. José – Viseu
2011-04-07 16:26:13

Do sonho à realidade

As minhas palavras simples e humildes não conseguem transmitir a alegria indescritível que a paróquia de S. José viveu no passado sábado, dia 2 de Abril, com a inauguração do Quartel da Paz.


De um armazém cedido ao 1º Quartel Militar, há mais de 200 anos, nasceu, tempos depois, o Quartel que a GNR ocupou, no Campo de Viriato, durante mais de oitenta anos. O edifício, que já não oferecia condições de segurança quando a GNR mudou de instalações, foi-se degradando progressivamente e era uma grande nódoa naquele espaço da Ribeira, que tem vindo a ser requalificado e embelezado.

- Para que será? Que irão fazer ali? - pensavam uns e outros.
Já "escaldado" pelo que queriam fazer à actual Casa das Guias / Casa de N. Sr.ª da Conceição, o Sr. Padre Zé sonhou mais uma vez, só que agora...sonhou alto demais. A paróquia tem crescido e aumentado as suas valências, repartidas pelo Complexo Paroquial, Centro Social, Centro de Dia e os espaços já não chegam!...
O sonho cresceu como todos os sonhos, cresceu tanto que contagiou toda a paróquia: - "Vamos adquirir o edifício na sua totalidade!"

- E o dinheiro? - pensavam alguns
Mas, nas obras de Deus, quando movidas pela Fé e pelo Amor e impulsionadas pelo Sr. Padre Zé, o dinheiro fica para 2º lugar.
"A Fé do tamanho de um grão de mostarda pode mover montanhas!..."
Muitas noites mal dormidas, muitos telefonemas, muitas caminhadas, muitos contactos, muitas razões válidas invocadas... ao fim de cinco anos de abandono, em Abril de 2007, aquelas ruínas são adquiridas por 500 mil euros. O sonho começava a ser realidade. Há que pensar agora na reconstrução. O arquitecto Esteves é encarregado do projecto, cuja maqueta apresenta no final de uma missa paroquial. O entusiasmo cresce, mas o dinheiro continua a não chegar.

A única ajuda externa foi da Câmara Municipal.
Apesar de já se falar em crise, migalha a migalha, nos ofertórios das missas do último domingo de cada mês, o dinheiro vai aparecendo. Faz- se uma campanha "porta a porta" e duas pela Páscoa de 2009 e 2010, em que o pároco é o 1º a dar exemplo, renunciando à totalidade do "folar" recebido na Visita Pascal. Todos dão MUITO do pouco que têm, mas, como é dado com Amor, Jesus faz novo milagre: não é a multiplicação dos pães, mas a multiplicação dos cêntimos e dos euros.

Entregue a obra à empresa Vilda, há muito que fazer: demolir, descobrindo o que possa ser aproveitado para, num espaço totalmente requalificado, algo ficar da traça primitiva. E, à medida que os "euritos" vão crescendo nos cestos da colecta, as paredes vão-se erguendo também e, em menos de três anos, eis o Quartel da Paz, pronto a ser inaugurado. Continua a ser Quartel, só com nova divisa: "Pela Fé, pela Paz e pelo Amor". Ali se formarão crianças, jovens e adultos que irão evangelizar o mundo, espalhando a Fé, "lutando" pela Paz com Amor a Deus e aos Homens.

E lá estava uma pequena multidão, de todas as idades e estratos sociais, à espera da inauguração oficial.
Sua Ex.cia Rev.ma, Senhor D. Ilídio, com o Senhor Presidente da Câmara descerraram a placa comemorativa da efeméride, seguindo-se, já dentro do edifício, a cerimónia prevista, que começou com a bênção das instalações e das pessoas pelo Senhor Bispo, tudo numa sequência simples e significativa, desde a mensagem dos cânticos e das leituras até às palavras do Senhor Bispo: "...ser sal para dar sabor a tudo o que fazemos como Filhos de Deus e ser luz que ilumina e se transmite aos outros... Evangelizar é pôr estes dons ao serviço da Catequese nestes muitos espaços, que são um estímulo e desafio para outros lugares da Diocese..."

Seguiu-se uma breve sessão solene, começando por usar da palavra o Sr. Padre Zé, que fez um breve resumo do historial deste espaço e de como, sobre as suas ruínas, nasceu um sonho que é hoje realidade. O nome Quartel da Paz não significa o fim de uma luta, mas o início de um novo trabalho, continuando, por isso, a apelar à generosidade de todos para se pagarem as dívidas, (ainda não se pagou tudo) e se manter a Casa em funcionamento. Agradeceu ao Senhor Bispo e às entidades civis e militares ali presentes, ao arquitecto, à construtora Vilda e a toda a comunidade cristã de S. José, cuja juventude deve ser adestrada contra o mal. Concluiu, dizendo que a Ribeira não pode ser um foco de vida nocturna, mas um foco de luz a iluminar toda a cidade.

Falou, de seguida, o Sr. Dário Costa, Presidente da Junta de Freguesia, que se congratulou por este espaço que vem dar mais vida a esta bela zona, junto do rio Pavia. Enumerou as obras efectuadas na freguesia, felicitou o Sr. Padre Zé e toda a família, (que muito bom contributo têm dado à paróquia, acrescento eu), e o Sr. Presidente da Câmara pelo apoio que tem dado às colectividades mesmo religiosas.

Então, o Sr. Dr. Almeida Henriques, Presidente da Assembleia Municipal, afirmou querer associar-se a este momento, que é o espelho de uma liderança forte, a que se alia a boa vontade e objectivos bem definidos. Esta obra é uma meta para continuar a trabalhar, pensando naqueles que mais precisam, sem esquecer que o crescimento de Portugal tem de se alicerçar na Família, pois 900 anos de História não podem acabar, É preciso apostar na educação dos jovens e regressar aos valores perdidos, que nos permitam crescer em harmonia. São precisas muitas iniciativas e obras como estas.

Continuando esta ideia, o senhor Presidente da Câmara reafirmou a vontade inquebrantável que tornou este momento possível e se desdobrou em dois momentos: a aquisição do espaço e a construção da obra, a que se associou de alma e coração, pois, para a sua concretização é necessário mais que palavras, são precisos meios para avançar. A requalificação já há muito que entrou no concelho e enumerou a vultuosa obra já feita, agradecendo também à Vilda, empresa viseense, que tem colaborado nestes trabalhos. Agradeceu ao Sr. Padre Zé e felicitou-o pelo nome escolhido. Viseu está no coração do País e tudo o que é feito na paróquia de S. José é feito pelo coração. Quartel da Paz promove educação, religião e cidadania e lamentou que, a outros níveis, não se tivesse feito o mesmo.

O Sr. Governador Civil, Dr. Miguel Ginestal começou por agradecer ao Sr. Padre Zé, que encarna bem o espírito cristão e consegue unir as pessoas para o mesmo objectivo. Embora com muitas dificuldades, encontrou solução para a realização do seu sonho, sabendo acompanhar-se de quem o poderia ajudar: a sua comunidade. São precisas lideranças fortes e que todos consigamos dar as mãos para o bem da paróquia, do concelho e do País. Também felicitou a Vilda e a Câmara Municipal que, dentro do Projecto Polis, tem mais um projecto efectuado.

Sua Ex.cia Rev.ma, Senhor D. Ilídio, finalizou a sessão, começando por repetir que deseja que este projecto seja estímulo e desafio para outras comunidades. Aludindo à ornamentação da sala, salientou a oliveira como símbolo da Paz, as flores como símbolo da Beleza e as pessoas presentes complementavam a Beleza do momento, fazendo recordar o 1º capítulo do Génesis, onde se afirma: "Deus viu que tudo estava muito bem". Nesta obra, também está tudo muito bem. Todos temos de ser responsáveis pelo Presente e pelo Futuro do que aqui vai ser feito. Deu parabéns a toda a gente, unindo-se na mesma alegria e desejando que todos possam aqui viver e formar-se para dar um bom contributo à paróquia, ao concelho e à diocese.

Após uma visita às instalações, um Dão de Honra, servido informalmente ao ar livre, proporcionou momentos de alegre convívio entre paroquianos, amigos e entidades presentes.

Como a memória já me atraiçoa, peço desculpa aos oradores por algumas incorrecções que tenha cometido ao tentar resumir as suas palavras.
Mesmo antes da sua inauguração, a equipa que trabalha com o Rendimento Social de Inserção das freguesias de S. José e Santa Maria já ocupa, há um tempo, o Quartel da Paz, uma vez que estava em instalações alugadas e todo o dinheiro é preciso.

Para finalizar, mais uma notícia: logo no domingo, dia 3, o Quartel da Paz foi utilizado por centenas de pessoas do Movimento Carismático, que lá realizaram um encontro. Mal foi inaugurado, já começa a ser útil.

Mariazinha Aguiar


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