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Morrem três e ordena-se apenas um
2009-04-10 11:58:39

Este ano faleceram, na arquidiocese de Braga, 17 sacerdotes. É um número que fala por si e que nos deve fazer pensar na necessidade, cada vez mais urgente, de apostarmos e confiarmos nos leigos."


As palavras são de D. Jorge Ortiga, arcebispo de Braga e presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, ontem, na homilia da Missa Crismal. Um recado ao clero, para que, sendo os padres cada vez menos, sejam atribuídas cada vez mais tarefas aos leigos.

É que, depois de mais de três décadas em que morriam por ano o dobro dos padres que se ordenavam, este ano os falecimentos quase triplicaram as ordenações.

Ao que o CM apurou, nas vinte dioceses portuguesas, entre a Páscoa de 2008 e a deste ano, morreram 123 padres e ordenaram-se apenas 45, ou seja, pouco mais de um terço.

Quanto à forma de combater esta questão, que a própria Conferência Episcopal já considerou "extremamente preocupante", as opiniões são bastante divergentes.

Há quem aponte a aposta em técnicas de marketing na captação de novas vocações como um dos caminhos a seguir, mas há também quem considere, como o bispo castrense D. Januário Torgal Ferreira ou o arcebispo emérito de Braga, D. Eurico Dias Nogueira, que está na altura de a Igreja avançar para a "inevitável" ordenação de mulheres.

Em termos oficiais, no entanto, os bispos elegem "o chamamento dos leigos", como a forma de colmatar a escassez de sacerdotes.

"Os padres são cada vez menos e não chegam para o essencial, que é o trabalho pastoral. Por isso, temos de chamar cada vez mais os leigos e confiar-lhes muito do trabalho, como a gestão das contas, a catequese, os serviços burocráticos ou o auxílio nas celebrações", disse D. Jorge Ortiga ao CM, no final da Missa Crismal, lamentando "esse facto real que é o cada vez mais acentuado envelhecimento do clero".

Entretanto, uma boa notícia: Segundo o anuário ontem publicado, a fé católica é praticada por 88,1 por cento dos portugueses.

ENDOENÇAS

Cerca de 50 mil tigelinhas iluminaram ontem a procissão das Endoenças em Entre-os-Rios, Penafiel. A procissão, realizada há mais de 300 anos, saiu da Igreja de Santa Clara do Torrão e terminou em Entre-os-Rios, com o ‘Sermão do Encontro’.

PROCISSÃO

É o cortejo ‘Vós sereis o meu povo’, que retrata a caminhada do Povo de Deus desde Abraão até à fuga da Sagrada Família para o Egipto. Mas como a imagem de Nossa Senhora com o menino vai em cima de uma burra, como terá acontecido ao tempo, ficou conhecida como ‘Procissão da Burrinha’. Foi anteontem em Braga.

DIA DE JEJUM E ABSTINÊNCIA

Há apenas dois dias de tão severo sacrifício: a Quarta-Feira de Cinzas, início da Quaresma, e a Sexta-Feira Santa. Pede-se aos católicos que jejuem, ou seja, que comam menos às refeições e nada fora delas e que façam abstinência, ou seja, que nestes dias não comam carne. À luz dos tempos actuais, a questão da carne, antes um bem de luxo, deixou de fazer sentido, pedindo a Igreja que os fiéis reneguem a algo que lhes dê particular prazer. A ideia é que as pessoas façam da Quaresma tempo de penitência.

BISPOS FALAM AOS PADRES

D. José Policarpo, o patriarca de Lisboa alertou para o muito que a Igreja tem de se purificar. "Temos de purificar tanta coisa na Igreja que somos, para que no rosto da Igreja os homens possam contemplar o rosto de Cristo Sacerdote", disse, ao clero de Lisboa.

Em Évora, o arcebispo D. José Alves falou das tentações a que os padres estão sujeitos e têm de resistir. "A tentação do individualismo, da ostentação e do isolamento auto-suficiente; a tentação do autoritarismo; a tentação da demissão que leva à negligência, por preguiça ou por medo de desagradar", explicou.

D. Manuel Clemente, bispo do Porto, pediu aos padres que estejam "abertos e atentos a tudo quanto vai surgindo e crescendo, em termos de movimentos e grupos". Já D. Ilídio Leandro, bispo de Viseu, alertou os seus sacerdotes para as dificuldades da missão e disse que as propostas da Igreja têm de ser "de amor, de esperança e de confiança".

LAVA-PÉS NA CRIAÇÃO DA EUCARISTIA

A Missa da Ceia do Senhor, celebrada ao final da tarde de Quinta-Feira Santa, é a recriação da Última Ceia, momento em que, com os apóstolos reunidos, Jesus Cristo instituiu o mais simbólico dos sacramentos cristãos: a Eucaristia.

E na Última Ceia, Cristo lavou os pés aos apóstolos, dando-lhes prova de grande humildade e mostrando-lhes que eles seriam enviados a servir e não a liderar. Recriando essa passagem, o bispo lava os pés a 12 crianças ou seminaristas.

SAIBA MAIS

SANTOS ÓLEOS

Na Missa Crismal o bispo benze os óleos sacramentais. O óleo dos enfermos, para a Santa Unção, o dos catecúmenos, para os baptizados e o do Crisma, para o sacramento da Confirmação.

600

Nas 20 dioceses portuguesas são benzidos cerca de 600 litros de óleos. Por diocese, são uma média de dez litros para cada um dos três tipos de óleo.

2894

é, segundo a última edição do Anuário Católico, o número de padres diocesanos em Portugal. Em 2005 desceu a fasquia dos três mil sacerdotes.

LEIGOS POUCO USADOS

Apesar da falta de padres, apenas vinte das 4366 paróquias estão entregues a leigos. Uma situação que, nos próximos anos, vai certamente alterar-se.

Fonte CM

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