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Quatro anos sem João Paulo II
2009-04-02 23:33:59

Bento XVI preside esta Quinta-feira a um Missa no quarto aniversário da morte de João Paulo II, na Basílica de São Pedro.

Na sua homilia, o actual Papa falou do seu predecessor como um “pastor generoso” que continua vivo no coração das pessoas e que soube infundir “entusiasmo” nas novas gerações, proclamando Jesus como “verdadeiro libertador do homem”.

Bento XVI lembrou a “coragem e coerência” do testemunho de João Paulo II, que permanece como uma “chama da fé e da esperança”.

Numa passagem por vários momentos da vida do falecido Papa, a homilia destacou a figura de um “intrépido e ardente defensor de Cristo”, desde a juventude, que não “aceitou compromissos quando se tratava de proclamar e defender a sua verdade”.

Dirigindo-se aos jovens presentes – delegações de Roma, Sidney e Madrid, em preparação do Dia Mundial da Juventude – Bento XVI falou dos que se sentem ligados “ao testemunho e à pregação do meu venerado predecessor”, que conseguiu transmitir às novas gerações “pontos seguros de referência, indispensáveis para todos”.

Num olhar sobre o dia 2 de Abril de 2005, quando João Paulo II morreu, o actual Papa indicou que “esta nova geração quis manifestar-lhe que compreendeu os seus ensinamentos, recolhendo-se silenciosamente em oração na Praça de São Pedro e em muitos lugares do mundo”.

“Morria o «seu» Papa, que consideravam o seu «pai» na fé”, constatou.
Bento XVI defendeu a continuidade entre os dois pontificados, sublinhando as situações em que falou “da urgência educativa que diz hoje respeito às famílias, à Igreja, à sociedade e em especial às novas gerações”.

“Em momentos como este, dado o contexto cultural e social em que vivemos, poderia ser ainda mais forte o risco de reduzir a esperança cristã a um slogan, a revestimento exterior. Nada de mais contrário à mensagem de Jesus”, defendeu.

Por isso, o Papa lembrou a herança que João Paulo II deixou aos jovens, para que “continuem a ser sentinelas da manhã, vigilantes e alegres na aurora do terceiro milénio”.

Beatificação

Ontem, diante dos peregrinos polacos reunidos na Praça de São Pedro, o Papa disse estar unido a eles em oração para pedir a Deus "o dom da beatificação" do seu predecessor.

O actual Papa anunciou no dia 13 de Maio de 2005, 42 dias após a morte de João Paulo II, o início imediato do processo de canonização de Karol Wojtyla, dispensando o prazo canónico de cinco anos para a promoção da causa.

No dia 8 de Abril desse ano, por ocasião da Missa exequial de João Paulo II, a multidão exclamou por diversas vezes "santo subito".

Neste momento, contudo, ainda é cedo para se pensar numa data para a beatificação de João Paulo II. A garantia é dada pelo prefeito da Congregação para as Causas dos Santos (CCS), D. Angelo Amato, que recebeu o processo das mãos do Cardeal português D. José Saraiva Martins.

“Neste momento não sabemos quando acontecerá”, afirma.

O novo responsável sublinha que após o final da fase diocesana do processo, em Maio de 2007, foi possível entregar no Vaticano a chamada ‘Positio super virtutibus’ (posição sobre as virtudes do fiel), a ser examinada pelos consultores teólogos da CCS.

Numa segunda fase, a causa passará ao juízo da “sessão ordinária dos Cardeais e dos Bispos”, antes de chegar ao Papa, que tomará uma decisão a respeito do decreto de venerabilidade.

Em declarações à Rádio Vaticano, D. Amato lembrou que também a análise de alegados milagres é muito apurada, seja por “grandes especialistas médicos”, teólogos, Bispos e Cardeais, sendo depois os resultados entregues ao Papa, para a sua decisão final.

Só depois da conclusão de todos estes procedimentos é possível “esperar uma eventual data para a beatificação”.

Biografia
O Papa Wojtyla, o primeiro do mundo eslavo, foi uma das figuras mais marcantes da história recente, na Igreja e no mundo, e deixou atrás de si a herança de um longo Pontificado de 26 anos e meio (1978-2005) o terceiro mais longo da história da Igreja.

Karol Wojtyla nasceu no dia 18 de Maio de 1920 em Wadowice, no sul da Polónia, filho de Karol Wojtyla, um militar do exército austro-húngaro, e Emília Kaczorowsky, uma jovem de origem lituana.
Em 1938 foi admitido na Universidade Jagieloniana, onde estudou poesia e drama. Durante a II Guerra Mundial (1939- 1945) esteve numa mina em Zakrzowek, trabalhou na fábrica Solvay e manteve uma intensa actividade ligada ao teatro, antes de começar clandestinamente o curso de seminarista. Durante estes anos teve que viver oculto, junto com outros seminaristas, que foram acolhidos pelo Cardeal de Cracóvia.

Ordenado sacerdote em 1946, vai completar o curso universitário no Instituto Angelicum de Roma e doutora- se em teologia na Universidade Católica de Lublin, onde foi professor de ética. No dia 23 de Setembro de 1958 foi consagrado Bispo Auxiliar do administrador apostólico de Cracóvia, D. Baziak, convertendo-se no membro mais jovem do episcopado polaco.

Participou no Concílio Vaticano II, onde colaborou activamente, de maneira especial, nas comissões responsáveis na elaboração da Constituição Dogmática Lumen Gentium e a Constituição conciliar Gaudium et Spes.

No dia 13 de Janeiro de 1964 faleceu D. Baziak e Wojtyla sucedeu-lhe na sede de Cracóvia como titular. Dois anos depois, o Papa Paulo VI converte Cracóvia em Arquidiocese. Durante este período como Arcebispo, o futuro Papa caracterizou-se pela integração dos leigos nas tarefas pastorais, pela promoção do apostolado juvenil e vocacional, pela construção de templos apesar da forte oposição do regime comunista, pela promoção humana e formação religiosa dos operários e também pelo estímulo ao pensamento e publicações católicas. Representou igualmente a Polónia em cinco sínodos internacionais de bispos entre 1967 e 1977.

Em Maio de 1967, aos 47 anos, o Arcebispo Wojtyla foi criado Cardeal pelo Papa Paulo VI.
Em 1978 morre o Papa Paulo VI, e é eleito como novo Papa o Cardeal Albino Luciani de 65 anos que tomou o nome de João Paulo I.

O "Papa do Sorriso", entretanto, falece 33 dias após a sua nomeação e no dia 15 de Outubro de 1978, o Cardeal Karol Wojtyla é eleito como novo Papa, o primeiro papa não-italiano desde 1522, ano da eleição do holandês Adriano VI.

Tendo-se formado num contexto diferente dos Papas anteriores, João Paulo II viria a imprimir na Igreja um novo dinamismo, impondo ao mesmo tempo um maior rigor teológico e disciplinar.

Fonte Ecclesia

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