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Casamento homossexual está a dividir os católicos
2009-01-21 21:47:44

O casamento entre pessoas do mesmo sexo ou entre muçulmanos e católicos são as questões da actualidade que dividem os católicos.

Tal como anteriormente aconteceu com a lei do divórcio. Uns defendem a oposição pública ao casamento civil entre homossexuais por ir contra a génese do matrimónio. Outros, entendem que a Igreja Católica não se deve meter nos assuntos civis. A Conferência Episcopal decide no dia 10 de Fevereiro a posição oficial a tomar.

"Não há orientação por parte do Patriarcado para se condenar o casamento homossexual. Não foi tomada posição oficial", disse ao DN o porta--voz de D. José Policarpo. Mas, à agência Lusa, Manuel Morujão, do Conselho Permanente da Conferência Episcopal Portuguesa, admitiu que o assunto será motivo de discussão na reunião de Fevereiro: "É natural que seja programado esse ponto." Resta saber se tomarão uma posição pública e de que forma o farão.

O grupo homossexual católico Rumos Novos foi um dos primeiros a manifestar "regozijo" por José Sócrates se comprometer a defender o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Foi no domingo, na apresentação de uma moção ao congresso socialista. E, em comunicado, os homossexuais católicos sublinham: "O assumir de um tal compromisso denota um país apostado na modernidade, mas sobretudo na tolerância, igualdade e respeito pelos direitos de todos os cidadãos, independentemente da orientação sexual." Já o padre Marcelo Moraes, do Renovamento Carismático Católico, salienta que "a palavra de Deus condena a união de pessoas do mesmo sexo".

Posições opostas que encontram eco em outros movimentos católicos, sendo que há quem questione a intromissão da Igreja em aspectos civis. "Só pode falar no casamento católico, onde existem regras, como o facto de um divorciado não poder voltar a casar pela Igreja", diz Maria João Sande Lemos, do Nós somos Igreja. Já em relação às palavras do patriarca sobre o casamento entre católicas e muçulmanos, considera que o alerta faz sentido, embora a Igreja seja a primeira a discriminar. "Tem o direito de avisar, mas esquece que a Igreja trata as mulheres como cidadãos de segunda", critica. O movimento defende uma igreja aberta, que aceite a ordenação da mulher, condene o celibato obrigatório dos padres e acabe com o fosso entre o clero e os leigos.

Para Peter Stiwell, responsável pelo Diálogo Inter-Religioso do Patriarcado de Lisboa, o casamento não pode ser reduzido a gostos ou preferências sexuais. "Do ponto de vista da Igreja, o matrimónio é quando um homem e uma mulher se unem por amor, há uma manifestação do que é o sentido da humanidade. Para nós, é fundamental salvaguardar o que aqui há de específico e que não tem nada a ver com sensibilidades especiais", defende. Até porque, acrescenta, foi a Igreja a instituir o casamento como a união entre um homem e uma mulher e contrariando outras formas, como a poligamia.

É, também, aquela a posição de D. Januário Torgal, bispo das Forças Armadas. "Acho lógico e consequente que a Igreja tome posição contra os casamentos entre homossexuais, tendo em conta a concepção religiosa do casamento. Sem cruzadas nem guerras, mas é natural que estejamos em oposição", salienta. Já quanto à afirmação do patriarca em como as católicas deviam pensar bem antes de casar com um muçulmano, acredita que D. José o tenha dito com base nos relatos que lhe chegam.

Fonte DN

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