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Bispo de Fátima exigiu cortes nos salários dos líderes financeiros
2008-10-13 23:16:44

O bispo da diocese de Leiria e Fátima defendeu a revisão "dos sistemas de remuneração e gratificação dos dirigentes de instituições financeiras" que, no seu entender, "contribuíram para a actual crise financeira mundial".

D. António Marto apelidou de "verdadeiramente escandalosos" estes sistemas, e desafiou a sociedade a interrogar-se "sobre as práticas especulativas que visam a rentabilidade máxima a curto prazo". Falando aos jornalistas em Fátima, momentos antes do início das cerimónias da peregrinação aniversária de Outubro, o prelado falou da "ausência de valores de transparência e de justiça" de um sistema que "vive do lucro imediato".

"Esta crise do sistema financeiro demonstra uma crise de valores e de comportamentos", sustentou o bispo diocesano defendendo uma "economia que desenvolva um recurso mais razoável ao crédito".

"O mercado financeiro, através de investimentos socialmente responsáveis, deve ser reorientado para o serviço de uma economia produtiva, que tenha em conta as exigências ambientais", defendeu.

D. António Marto falou ainda do "desnível, de um fosso, entre riscos e pobres" que existe em Portugal, e que tem como vítimas "os mais pobres e desfavorecidos que não têm culpa desta crise". "Quando a finança se põe a si mesma como fim na avidez do lucro imediato, perde a cabeça", frisou o prelado, defendendo "uma reflexão ética" sobre a actual crise que se vive no mundo.

Já durante a manhã, na homilia que dirigiu aos peregrinos que se encontravam no Santuário, D. António Marto sustentou que a actual situação convida a sociedade "a pensar o seu modo de vida", marcado actualmente pelo consumismo desenfreado".

Depois de 50 anos "de opressão comunista", a Lituânia passa por uma transição difícil. "Antes vivia-se numa prisão e agora as pessoas são livres para fazerem o que querem mas é difícil ter critérios de escolha", explicou o arcebispo lituano de Vilnius.

No encontro que manteve com os jornalistas, o cardeal Audrys Backis lembrou que "o comunismo destruiu muitos valores". Disse ainda que no seu país "o cristianismo já não é de massas, onde as tradições mantêm a fé mas sem conteúdo sólido". E exemplificou: "Todos na Lituânia casam pela Igreja e depois temos 50% de divórcios".

O cardeal afirmou ainda ter gostado do lema do Santuário para este ano - "viver na verdade" -, frisando que "um dos problemas mais urgentes da Europa é viver na verdade, sobre o que é o homem".

Na saudação que fez aos peregrinos no início das cerimónias religiosas, o arcebispo de Vilnius referiu que vinha da Lituânia, "uma das nações engolidas pela União Soviética depois da II Guerra Mundial, e desaparecidas do mapa geográfico da Europa, mas hoje novamente livres".

"Nós todos, povo de Deus disperso em toda a Europa, sentimo-nos responsáveis porque o amargurado apelo de Maria à conversão permanente, à oração e à penitência, não foi devidamente ouvido e acolhido", afirmou.

A peregrinação termina hoje com a celebração da missa e a cerimónia do adeus.

Fonte JN

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