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Bispo pede uma Bíblia para cada pessoa
2008-10-11 23:30:44

A preparação das homilias esteve em debate esta manhã no Sínodo dos Bispos. “A homilia não é uma catequese, nem tão pouco uma meditação ou uma lição de exegética”, apontou o Bispo de Terni e presidente da Federação Católica Bíblia, D. Vincenzo Paglia. “A homilia representa um momento em que devemos deixar a Palavra de Deus guiar-nos o coração”.

Recordando os vários debates que existem sobre a preparação das homilias, D. Paglia referiu não haver necessidade de “medos por se entregar a Bíblia aos fiéis”, referiu, sublinhando que “cada um deveria ter uma Bíblia pessoal para poder consultar e meditar regularmente”.
Os resultados do inquérito internacional sobre a difusão e conhecimento da Bíblia, que serão conhecidos no próximo dia 14, foram antecipados aos participantes sinodais. “Sobressai uma grande estima das pessoas pela Bíblia em todos os países. Mas falta um maior conhecimento”, sublinhou D. Paglia.

Vários outros bispos recordaram experiências e a relação entre os cristãos dos seus países e a Bíblia.
O Bispo de Kankan, na Guiné, D. Emmanuel Félémou indicou que a Igreja católica do seu país manifesta um especial interesse por este Sínodo. “Queremos que todos os agentes pastorais – catequistas, religiosos, padres, bispos – veiculem a mensagem que é importante ler a Bíblia e tirar, diariamente uma mensagem para o seu dia”.


“Todos os dias, nas famílias, a Bíblia deveria ser lida e meditada”, indicou o Bispo africano, reforçando que “os jovens precisam ouvir Jesus Cristo”. D. Emmanuel Félémou sublinhou que os bispos "têm o dever de acompanhar a formação".

O Arcebispo de Nagasaki, no Japão, D. Joseph Mitsuaki Takami afirmou que “somente a lectio divina não é suficiente. É importante conhecer as Palavras de Deus, relacioná-las com a nossa vida, partilhá-la e praticá-la ao longo de toda a nossa vida”. A forma como cada pessoa se deixa tocar e animar na sua vida cristã é uma questão que, segundo o bispo japonês “deve ser constantemente questionada”.

D. Takami pediu que Bento XVI “recomende a todos os cristãos a meditação e a partilha das Sagradas Escrituras, na Exortação Pós Sinodal. O Bispo pediu ainda a publicação de um livro explicativo “em detalhe, que aborde métodos actuais de como ler a Bíblia”.

D. Grégoire III Laham, Patriarca de Antioquia, afirmou que os cristãos do Oriente vivem a sua fé centrados na Eucaristia. “A mesa da Palavra de Deus e a mesa da Eucaristia são inseparáveis”, sublinhou, indicando que a palavra de Deus é lida, meditada, pregada, celebrada e também inspira a arte.

O patriarca de Antioquia terminou a sua intervenção no Sínodo expressando o desejo de que “a Palavra de Deus nos una a todos. Que não tenhamos medo do Corão e que os nossos irmãos muçulmanos não tenham medo do Espírito”.

O Patriarca latino de Jerusalém, Fouad Twal referiu que o conflito israelo-palestiniano cria problemas na leitura e na compreensão de certas passagens bíblicas. “Muitos cristãos árabes têm dificuldades em ler o Antigo Testamento, não pelas Palavras de Deus, mas devido às interpretações políticas e ideológicas”. O patriarca finalizou a sua intervenção pedindo mais orações e peregrinos na Terra Santa “para testemunhar Jesus”.

Por sua vez, o Bispo Anthony Muheria, de Embu, no Quénia, afirmou que a forte presença dos evangélicos em África “que se vangloriam de decorar algumas passagens bíblicas, está a conduzir a uma tendência de mal entendidos no conhecimento sobre a Bíblia, gerando livres interpretações”.

O Bispo de Jelgava, na Letónia, D. Antons Justs, recordou vários casos de perseguições anti religiosas. Quase 20 anos depois da queda do Muro de Berlim e do fim das perseguições comunistas aos fiéis, os mártires nos países orientais são ainda sinal de emoção. Foi o que aconteceu entre os presentes no Sínodo dos Bispos, quando

D. Antons Justs recordou o caso de um sacerdote, Pe. Viktors, que foi preso porque a polícia soviética descobriu que ele possuía uma Bíblia. No momento da detenção, o sacerdote ajoelhou-se e beijou a Bíblia. Por este acto ele foi condenado a mais 10 anos de prisão. De regresso à sua comunidade, ainda sob domínio soviético, o Pe. Viktors conservada a sua fé em Cristo, indicou o Bispo.

Fonte Ecclesia

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