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A paróquia que nasceu da «Expo»
2008-05-26 21:10:36

10 anos passaram desde o início da Expo 98. A zona ribeirinha que o concelho de Lisboa e de Loures dividiam, era uma zona industrial, povoada de vagões, de resíduos das refinarias e depósitos de lixo do antigo quartel do Exército.

Para ali, durante quatro meses, se mudou o mundo, para acompanhar e conhecer a Exposição Mundial de Lisboa.
Dia 30 de Setembro as exposições encerravam e começavam os projectos urbanísticos para não votar a zona ao esquecimento e dar azo ao desejo de que Lisboa, enquanto cidade, chegasse também a essa ponta da área urbana. Com os projectos urbanos vieram os residentes, com os residentes a necessidade de serviços. Com os serviços, o Parque das Nações ficou conhecido como uma zona de lazer

Da vontade das pessoas surgiu também uma comunidade paroquial que rapidamente se constituiu. No ano de 1999 foi adquirido um espaço no rés do chão de um prédio, com o objectivo de criar um espaço de culto, desencadeando a partir daí toda uma actividade eclesial.

Pe. Paulo Franco, actual pároco do Parque das Nações, chegou à paróquia dois anos depois de esta ser constituída, em 2003. Mas relembra a necessidade, que posteriormente lhe foi contada, de os habitantes começarem a sentir necessidade de estruturar uma comunidade local.

O território da zona da Expo 98, que actualmente equivale à paróquia do Parque das Nações, foi desanexado de quatro paróquias – Nossa Senhora da Conceição de Olivais Sul, Santa Maria dos Olivais, Moscavide e Sacavém.

“O Parque das Nações estava ligado geograficamente a Moscavide”, explica o pároco à Agência ECCLESIA. Era esta a comunidade responsável pelas celebrações litúrgicas ao Sábado à tarde e ao Domingo na nova comunidade do Parque das Nações.

Começa a desenvolver-se a catequese paroquial, alguns grupos começam também a reunir-se para actividades sociais e culturais de evangelização, começando assim o processo de criação da paróquia Nossa Senhora dos Navegantes, que em Julho de 2003 é oficialmente instituída como tal.

Quem rumou ao Parque das Nações para aí residir, veio de fora. A actual comunidade local foi sendo construída “à medida que as infraestruturas forma sendo criadas”, explica o Pe. Paulo Franco. A tradição familiar, o poder económico e até características culturais marcam a diferença entre as paróquias vizinhas. São realidade “muito diferenças”. O pároco adianta que os residentes do Parque das Nações são pessoas da classe média e de quadros superiores.

O Pe. Paulo Franco reconhece que para além dos cristãos da comunidade paroquial, como em qualquer zona geográfica, há muito capital humano que não frequenta os espaços paroquias. Apesar disso, a vida e a prática religiosa toca toda a população residente, na procura de serviços pontuais.

O Parque das Nações é um misto entre comunidade residencial e comunidade empresarial e de serviços, onde actualmente residem entre 15 a 20 mil pessoas. Para trabalhar, este número ascende aos 30 mil.
“Há uma grande circulação humana”, sublinha o pároco. A comunidade com quem contacta é naturalmente a comunidade residente “e menos com a trabalhadora”.

As respostas comerciais conotam o Parque das Nações a uma zona de lazer. “A referência que têm é de uma zona comercial, de serviços, cultural. A comunidade humana residencial não é imediata”. Mas é esta que conferiu ao Parque das nações um capital humano que não se esvai com o final das horas de trabalho.

A comunidade que foi crescendo e na opinião do pároco está montada. “Nunca fechada, mas em relação”. O pároco afirma até que a criação da paróquia foi um “processo rápido”. “Mais rápido até que a própria organização civil”, afirma.

O facto de a zona geográfica do Parque das Nações pertencer a três Juntas de Freguesia e a dois Concelhos – Lisboa e Loures – “é complicado para os residentes”, que sentem ainda uma lacuna em serviços que não foram construídos. Saúde e educação são as necessidades mais prementes da população e não há resposta para uma comunidade humana que começa a ser grande.

A comunidade paroquial do Parque das Nações, apesar de provisória, “responde às necessidade das paróquia”. O Pe. Paulo Franco explica que o espaço de culto tem capacidade para cerca de 350 pessoas. Dispõem de salas para 300 crianças na catequese ou para reuniões de grupos de jovens e adultos e para os 110 escuteiros que ali têm as suas actividades.

“Até ao momento pretendia-se dotar a comunidade de respostas primárias”. A catequese a crianças, jovens e adultos numa perspectiva de iniciação cristã, a disponibilidade para culto e administração de sacramentos são já uma realidade.
Até agora “tínhamos a pretensão de criar elos de ligação entre as pessoas, formar uma identidade na comunidade”. A área social “está a começar a ser desenvolvida”, adianta o pároco. O Pe. Paulo Franco explica que naturalmente se começa a sentir a lacuna social.

O grande objectivo da comunidade paroquial passa por um “crescimento sustentável e pelo desenvolvimento de iniciativas que respondam à evangelização”. A construção da futura Igreja de Nossa Senhora dos Navegantes é base essencial. A sua concretização vai possibilitar a expansão e a criação de novas valências.

Será seguramente um ponto de viragem, pois “precisamos sempre de algo que nos identifique e os espaços ajudam a congregar as pessoas”, sublinha o pároco.

Sem concretizar datas quer de início, previsto para 2011, como de término da obra, é evidente o desejo do Pe. Paulo Franco dar início à obra “o quanto antes”.

Fonte Ecclesia

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