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Papa Bento XVI critica lei do aborto em Itália
2008-05-18 10:50:28

O Vaticano voltou a atacar o aborto, desta vez em concreto a lei italiana que há três décadas permite a a interrupção voluntária da gravidez nos primeiros três meses, desde que realizada em hospitais públicos. Fora das estruturas públicas de saúde, o aborto é considerado clandestino, classificado como crime, mesmo se realizado numa clínica privada.

Numa audiência a membros do "Movimento para a Vida", Bento XVI, numa declaração que muitos consideram como mais uma interferência da Igreja na vida política italiana, solicitou um novo esforço aos cristãos para pressionarem as "instituições a defenderem o direito à vida como a primeira justiça a respeitar".

"Certamente são complexas as causas que conduzem a decisões dolorosas como o aborto", mas a lei 194, "não só não resolveu os problemas que afligem muitas mulheres e lares, como reabriu uma nova ferida na nossa sociedade", declarou o Papa, num discurso que volta a propor um debate, e um confronto, em Itália.

A oposição de centro-esquerda considera que esta lei permitiu uma diminuição de abortos em Itália, e segundo Marco Pannella, autor do referendo que a introduziu há 30 anos, "não deve ser alterada". Panella considera "blasfémia" a intervenção do Papa e anuncia, desde já, uma manifestação para Junho contra a interferência da Igreja na política.

"O problema não está em discutir a lei 194 mas em aplicar a cultura da vida que, nestes 30 anos, como justamente disse o Papa, foi posta de lado. São necessários novos incentivos para o crescimento da população e para que as mulheres renunciem ao aborto", declarou a nova ministra da Igualdade de Oportunidades, que antecipa a posição do novo Governo, liderado por Silvio Berlusconi.

Esta intervenção adquire mais interesse numa altura em que veio a público que cinco médicos, profissionais liberais nas melhores clínicas privadas de Nápoles, no Sul, faziam abortos clandestinos. Mais: dois deles eram "objectores de consciência" em hospitais públicos e depois praticavam abortos nas suas próprias clínicas e consultórios.

A investigação foi iniciada há cinco meses com a denúncia e colaboração de um ginecologista de um hospital público onde trabalhava com os cinco acusados. O médico revelou que os preços de um aborto variava entre dois mil e cinco mil euros, com "extras" de quatro mil para a "companhia do médico" ao exterior, na maioria dos casos em deslocações à cidade catalã de Barcelona.

Fonte DN

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