paroquias.org
 

Notícias






O milagre de Portugal em livro
2008-05-05 00:17:52

D. Manuel Clemente, Bispo do Porto, apresentou a sua obra «Portugal e os Portugueses», uma realidade improvável

Portugal e os portugueses complementam-se. Uma afirmação introdutória e que serve de base para o livro de D. Manuel Clemente, Bispo do Porto, «Portugal e os Portugueses».


A obra foi apresentada ontem (dia 29 de Abril), na Livraria «Assírio&Alvim», em Lisboa, por Guilherme de Oliveira Martins, o qual disse à Agência ECCLESIA que “a cultura portuguesa é extremamente aberta”, visto que “ganhámos sempre que nos abrimos e acolhemos outros”.

«Notas de Cultura Portuguesa», «Religião na Europa» e a transcrição de duas entrevistas são os dois pilares desta obra do presidente da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais. “Somos uma realidade improvável” – disse o autor. E completado por Guilherme de Oliveira Martins: “temos todas as razões para desaparecer, mas estamos cá”.

Identidade, diferença e pluralidade de valores são elementos constitutivos desta “pessoa colectiva” que é Portugal. “Recebemos várias influências, no entanto fomos à descoberta do mundo” – referiu o apresentador da obra.

Composto “de muitos escritos”, D. Manuel Clemente salienta que “alguns deles têm algumas décadas”. Reflexões de outrora com marca actual.

“O que somos como colectivo histórico e como pátria política e espiritual” – disse. Com alguma “estranheza” e “quase milagre de renascer”, Portugal não tem uma grande probabilidade de origem. “Não somos recortados geograficamente no conjunto da Península Ibérica” – afirmou o autor da obra.
Olhando para a história do país mais ocidental da Europa, Guilherme de Oliveira Martins realça o nome premonitório: «Portucale». “A designação é um porto de onde partimos e chegamos”. Um caminhos feito de interrogações, no entanto “não nos situamos numa perspectiva redutora mas aberta”.

Neste contexto de abertura ao mundo, o orador frisou que a língua portuguesa ultrapassa as fronteiras e “chega a muitos milhões de falantes”. “É algo de extraordinário” – completa.

Os portugueses partiram deste rectângulo com as suas caravelas e “colocaram a nossa língua como algo de universal”. Naqueles áureos séculos, o português “chamava-se cristão”.

Guilherme de Oliveira Martins salientou com especial ênfase que no mundo contemporâneo “há muita intolerância e tensões muito graves”. Nestas tentações de choque entre civilizações, o apresentador da obra «Portugal e os Portugueses» sublinha que “há condições positivas” para procurarmos “verdade, apesar de sermos imperfeitos”. E acentua: “nunca podemos dizer que a verdade é o fundamento de qualquer sistema político”.

Sendo uma realidade antiga da Europa, Portugal quando se “sente mais fraco tem mais força para continuar”. Um livro de História com histórias e laivos de poesia. “Eu não sou poeta, mas o ir além da prosa – do quantitativo e verificável – ajuda” – adianta o Bispo do Porto.

Explicações difíceis, mas um livro com “as nossas histórias”. Um fio condutor “para uma pessoa colectiva com dez séculos” e “uma costa constantemente mariana, num rosário de invocações da Mãe de Deus” – escreve no livro.

Fonte Ecclesia

voltar

Enviar a um amigo

Imprimir notícia