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Patriarca de Lisboa elogia «Papa teólogo»
2008-01-16 22:10:09

D. José Policarpo, Cardeal-Patriarca de Lisboa, apresentou hoje o livro "Jesus de Nazaré", de Bento XVI, considerando que a obra tem a marca de "um grande teólogo" que não esquece "a missão pastoral que hoje desempenha".

"No fundo, este livro ajuda-nos a interiorizar a maneira como Deus conduz a Sua Igreja: deu-nos um Papa que é um grande teólogo", afirmou o Patriarca, na apresentação da obra que decorreu esta tarde, Auditório Cardeal Medeiros da Universidade Católica Portuguesa.

O livro já vendeu mais de já vendeu mais de 2 milhões de cópias desde Abril de 2007. Ao longo do actual ano, o livro será lançado em 50 países, desde a Albânia ao Japão, passando pelo Brasil, Nova Zelândia, Egipto ou Indonésia. Em Portugal, a obra foi editada pela Esfera dos Livros em finais de Outubro passado.

Segundo D. José Policarpo, é impossível separar "o Papa e Joseph Ratzinger", frisando que "a vasta informação e reflexão teológica de Joseph Ratzinger é hoje posta ao serviço da sua missão de Sucessor de Pedro".

"Ele consegue, na clareza do seu pensamento, na beleza da sua expressão e no testemunho da sua vida interior, exprimir de forma bela e acessível para o Povo de Deus a profundidade do seu pensamento, a variedade da sua informação, a vastidão da sua cultura", assegura.

Quanto ao facto de o próprio Bento XVI ter advertido que esta não era uma obra "magisterial", o Cardeal-Patriarca considera que este "quis apenas garantir aos estudiosos do Novo Testamento, exegetas e teólogos, que não pretende dirimir, com a autoridade do Papa, questões disputadas e justas diferenças de opinião científica, nem confirmar a sua leitura de teólogo".

D. José Policarpo fez questão de sublinhar que "a minha sintonia com o teólogo Joseph Ratzinger vem de velha data". "Nunca tendo sido seu aluno, como outros portugueses o foram, porque nunca estudei na Alemanha, ele foi verdadeiramente o principal inspirador do percurso que fiz como docente de Teologia. Os meus alunos desse tempo lembram-se, certamente, do relevo que teve no meu ensino, sobretudo na Teologia da Fé, a teologia de Ratzinger", recordou.

História e fé
A respeito do livro, o Patriarca assinala estarmos na presença do "testemunho de um crente que percorreu um longo caminho em busca do «rosto do Senhor»", que situa essa busca "no contexto de uma viragem na leitura exegética dos Evangelhos, a partir da década de 50".
"Depois do tempo das muitas e belas «vidas de Cristo», que apresentavam uma imagem de Cristo a partir dos Evangelhos, as correntes exegéticas - é citado o método histórico-crítico - acentuam a ruptura entre o Jesus histórico e o Jesus da fé, que se afastam cada vez mais um do outro e a figura de Jesus Cristo, em que acreditamos, apresenta-se com contornos vagos, pouco definidos, uma espécie de nebulosa que acaba por confundir os crentes", recorda.

Para D. José Policarpo, a realidade histórica de Jesus de Nazaré "foi sempre um desafio de fé, aquela atitude de abandono ao mistério que permitiu penetrar no conhecimento da realidade humana de Cristo".

"O Jesus histórico não é desligável da fé, nem o Cristo da fé é desligável do realismo histórico da Sua existência. História e fé interpenetram-se na leitura dos textos evangélicos", alerta.

O Cardeal-Patriarca destaca a "convergência de toda a Escritura para Cristo", onde "toda a história da humanidade encontra em Cristo o seu sentido último", assegurando que "o homem e a sua história só se decifram verdadeiramente em Jesus Cristo".

Em conclusão, D. José Policarpo indica que "a leitura deste livro pode transformar-se na nossa caminhada para a Páscoa, pois só no rosto do Crucificado, transformado com a luz da ressurreição, identificaremos verdadeiramente o rosto de Cristo".

Fonte Ecclesia

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