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Acompanhar na perda
2007-11-09 22:20:18

O sacerdote espanhol Alfons Gea acaba de editar na Espanha o livro «Acompanhar na perda», da editora San Pablo.

Este sacerdote e psicoterapeuta é o responsável pelo serviço de acompanhamento da dor na cidade catalã de Terrassa. Afirma à Zenit que seu trabalho consiste em «acompanhar as pessoas para que expressem seus sentimentos, respeitando seus ritmos e acariciando-as verbalmente com a compreensão».


- O luto precisa de solidão ou o acompanhamento é bom?

- Gea: Inclusive quando respeitamos alguém em seus momentos de aflição, dando-lhe seu tempo para estar consigo mesmo, estamos acompanhando quando pensamos nele e o temos presente.

Há momentos para a solidão, mas os doentes se queixam com freqüência do «esquecimento» que sofrem sobretudo após os primeiros dias.

Ainda que o doente diga que não quer ninguém, respeitando seus momentos de intimidade, é preciso provocar a companhia que muitas vezes será dura e difícil, mas que será um sinal de compartilhar a cruz nesse momento e etapa.

- O que você faz para acompanhar na perda?

- Gea: Acompanho as pessoas para que expressem seus sentimentos, respeitando seus ritmos e acariciando-os verbalmente com a compreensão.

As feridas se curam quando alguém as limpa. Pouco a pouco, a pessoa vai adquirindo confiança desde o apoio recebido para empreender uma nova vida. O apoio é recebido não só de mim, mas do grupo de auto-ajuda.

- Em seus cursos sobre a dor, coincidem pessoas com uma visão crente e outras sem ela?

- Gea: Sim, e coincidimos todos em que parte da terapia é oferecer uma compreensão expressada com afeto e humanidade.

Cada pessoa que devemos atender é um mundo e precisa ser contemplada em sua totalidade, com todas suas feridas, sem querer «receitar-lhe» soluções mágicas ou fáceis, sejam religiosas ou não.

- O que quer dizer «facilitar a dor»?

- Gea: Falamos de uma dor complicada quando há um estancamento nos sentimentos e no tempo.

Quando há alguma causa que dificulta essa superação, ainda que seja lentamente.

As dores complicadas requerem a atenção de um especialista. Por isso, falamos de facilitar a dor não complicada, que são os outros, que não requerem uma especialização.

- Em que se diferencia o luto dessa dor?

- Gea: Luto, em espanhol, é o ritual e o período posterior ao enterro, no qual se vai sentindo dor, chorando, rezando, pensando, despedindo-se definitivamente daquele que nos deixou.

Chamamos de «dor» o processo que requer ser trabalhado, elaborado até a vida se refazer. O luto engloba esse tipo de dor.

Fonte Zenit

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