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A Europa necessita de uma reevangelização
2007-10-21 08:40:05

Arantza Uriarte, natural de Guernica (Espanha), de 54 anos de idade, é missionária da Fraternidade Verbum Dei há 33 anos, tendo já percorrido alguns países da América Latina. Actualmente o seu campo de missão é o Alentejo, nomeadamente, a Arquidiocese de Évora.

Em vésperas do Dia Mundial das Missões, Arantza não tem dúvidas: “a Europa necessita de uma reevangelização”.

“a defesa” - Porque é que é missionária?

Arantza Uriarte - Sou missionária porque descobri aos 19 anos Jesus Cristo e Deus como Pai e como Aquele que sustentava a minha vida. Em suma, descobri o sentido da minha vida, que é contagiar e dar aos outros aquilo que me faz feliz. Descobri um Deus que promove a vida.

“a defesa” - Entrou para a Fraternidade Verbum Dei. Qual é seu o carisma?

A. U. - Sim, antes de entrar para a Fraternidade Verbum Dei estudava filosofia na Universidade de Salamanca. Foi aí que conheci a Fraternidade, que tem como carisma: assimilar e viver a Palavra de Deus para depois transmitir. Em suma, o nosso carisma é a Oração e o Ministério da Palavra, ou seja, aquilo que anunciou, primeiro tem que me fazer feliz a mim.

“a defesa” - Como tem sido o seu percurso como missionária?

A. U. - Estive os primeiros dois anos em Espanha, em formação. Depois fui para o México, passei pelo Brasil, Venezuela, Colômbia. Regressei à Europa, tendo estado na Madeira, em Coimbra, Lisboa e agora Alentejo. Não tenho dúvidas que a alegria da minha vida é ser missionária, ou seja, anunciar Jesus Cristo onde estou, quer seja na América Latina, quer seja na Europa.

“a defesa” - Acha que a Europa necessita de ser evangelizada?

A. U. - Acho que sim. Penso que a Europa precisa de uma reevangelização porque todo o mundo que vivemos de avanços tecnológicos e a “aldeia global” esqueceu Deus como razão primeira da nossa vida. Neste momento, o mundo está assente na tecnologia e na ciência, mas eu tenho a certeza que isto vai mudar.

“a defesa” - Sente que já está a mudar?

A. U. - Sim. Sinto que as pessoas vivem cada vez numa procura de espiritualidade, ou seja, procuram a razão da vida. A ciência não responde às razoes ultimas da nossa vida. E na Europa, muito de vagar, observo essa procura. Por exemplo, vemos como a espiritualidade oriental desperta cada vez mais interesse no ocidente. Creio que são sinais de que o coração do Homem sente um vazio e procura razões de vida. Portanto, penso que estamos a tempo de um a reevangelização adequada à linguagem do nosso tempo.

“a defesa” - Como é ser missionária no Alentejo?

A. U. - Olho para esta região com muita esperança porque encontro ainda pessoas com muita fé. Fenómeno cada vez mais raro na Europa, como por exemplo, observo em Espanha.

Encontro nas pessoas uma base cristã que pode ser evangelizada. É importante que se trabalhe sem medos, porque Deus é adequado À pessoa humana. O homem é capaz de Deus, como diz Santo Agostinho, e enquanto não O encontra, não descansa. Pode fazer muitas viagens, muitos estudos, ter muitos trabalhos, enquanto não encontra Deus, não descansa.

“a defesa” - Além de grupos de adultos, acompanha também grupos de jovens?

A. U. - Sim. E nos jovens encontro ainda mais essa procura, com toda a ousadia dos jovens, que ainda não têm preconceitos e que procuram a felicidade. Na semana passada estive na Madeira, e falando com D. António Carrilho, que se mostrou muito preocupado com os jovens, que numa escola reclamavam uma resposta da Igreja às suas vidas.

Penso que devemos levar um Evangelho que responde à vida dos jovens, que dá sentido de vida. Em suma, levar um Evangelho que dá uma alegria que o mundo não dá.

Fonte Ecclesia

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