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A felicidade é uma pessoa - Intenção Geral do Santo Padre para o mês de AGOSTO
2007-08-12 15:12:43

Que todos quantos passam por momentos de dificuldade interior e de prova encontrem em Cristo a luz e a força que os conduzam a alcançar a felicidade autêntica. [Intenção Geral do Santo Padre para o mês de AGOSTO]

1. Desejo universal de felicidade

Todo o ser humano deseja ser feliz. É um desejo fundo, daqueles enraizados lá no mais íntimo da pessoa. Por isso, nem sempre é fácil atribuir-lhe conteúdo preciso. Basta ouvir o balbuciar incomodado das pessoas quando se lhes pede uma «definição» de felicidade: ter saúde..., dinheiro..., família..., sucesso (quase sempre associado ao dinheiro)... E há também as felicidades da moda: ser famoso (mais uma vez, associado ao dinheiro)..., aparecer na televisão..., ser modelo ou actor... E ainda quem se contente com uma felicidade de passagem: estar com o ídolo do momento (futebolista, actor, actriz, cantor/a...)..., ter o telemóvel mais na moda..., a roupa de marca que «está a dar»... De um modo ou de outro, a felicidade aparece quase sempre como um «ter» algo que, bem lá dentro, significa o desejo de «ser» humanamente mais realizado, mais pleno, mais si mesmo. O desejo de felicidade é, pois, profundamente humano – e o modo como tantos o concretizam, balbuciando, não o desumaniza, antes revela a profundidade de onde brota e quanto vai além da mera satisfação animal, alimentada de momentos passageiros que, em vez de saciar o desejo, ainda mais o escavam.

2.Dificuldades e provações

Tão universal como o desejo de felicidade é a certeza do sofrimento, da provação. Vem com a mesma condição humana e é própria da finitude, à qual é impossível escapar. Sofrimento físico ou moral; tantas vezes, os dois ao mesmo tempo. É a maior ameaça à felicidade desejada ou possuída – e tanto maior quanto mais se julga poder possuir a felicidade. Todos, mais tarde ou mais cedo – quase sempre mais cedo do que mais tarde – passam pelo cadinho do sofrimento, todos são provados. Não há ilusão que lhe resista – por isso, a verdadeira felicidade, aquela que humaniza verdadeiramente, apenas se conhece passando pela prova do sofrimento. Não porque o sofrimento traga a felicidade, mas porque limpa o desejo, deixando-o livre de ilusões e purificado de enredos enganosos. Desejar o sofrimento, próprio ou alheio, não é humano – revela uma personalidade doente, desequilibrada ou entregue à sedução do mal. Recusar o sofrimento que a vida traz desumaniza – revela uma personalidade infantilizada, incapaz de crescer e de se abrir à possibilidade de ser autenticamente feliz.

3.A felicidade é uma Pessoa

Os cristãos não desconhecem o desejo de felicidade – pelo contrário, neles o desejo de felicidade escava ainda mais fundo, pois não se limita aos pequenos cuidados do quotidiano, aos breves lampejos de uma felicidade fugaz; neles, o desejo de felicidade escava até à eternidade, leva-os a desejar o que nenhum homem viu nem sequer imaginou e que Deus preparou para quem O ama (cf. 1 Coríntios 2, 9). Este desejo de felicidade, porém, já encontrou a sua resposta e a resposta é uma Pessoa: Jesus, o Verbo de Deus feito homem. Não se trata de ter mais esta ou aquela coisa, embora as coisas sejam importantes, se ajudam a levar uma existência humanamente digna, mas de saber-se amado e amar. Saber-se amado por Deus, em Jesus – porque Deus amou-nos primeiro, Deus ama-nos sempre primeiro (cf. 1 João 4, 19); e amar Deus, os outros, as coisas – em Jesus e por Jesus, o primeiro e o último na vida de cada cristão (cf. Apocalipse 22, 12-13). Isto não acontece por acaso, ou simplesmente porque se é cristão – exige conversão, uma vida inteira de conversão e, portanto, implica sofrimento, provação, desprendimento, até se atingir a estatura de Cristo, a nossa divinização (cf. Efésios 4, 13). Saber isto é o princípio da felicidade – deixar o Desejo, o Desejo que é o Espírito de Deus, escavar em nós até profundidades insuspeitadas, e, no processo, deixar-se libertar, despojar, purificar... e ser feliz assim, esquecendo o que está para trás, com os olhos postos na meta, Cristo (cf. Filipenses, 3, 12-14). A felicidade tem a última palavra – o cristão sabe-o e não pode deixar de rezar por quantos vivem situações de dificuldade interior e provação, no corpo ou no espírito, para que possam fazer essa experiência...

Elias Couto

Fonte Ecclesia

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