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São Bruno: novecentos anos de silêncio
2001-07-17 20:49:25

“São Bruno na Cartuxa de Évora” é o título de um livro lançado recentemente pela Fundação Eugénio de Almeida e que tem como objectivo assinalar o IX Centenário da Morte de São Bruno.

A obra é da autoria dos Monges da Cartuxa de Évora, que devido aos Estatutos da Congregação mantêm o anonimato.
Recordamos que São Bruno faleceu a 6 de Outubro de 1101. Os cartuxos, por sua vez, chegaram a Évora a 15 de Dezembro de 1598, por pedido do então Arcebispo de Évora, D. Teotónio de Bragança. Ao longo de quase 250 anos, os monges viveram uma vida contemplativa, de oração e trabalho, conforme o exemplo deixado por São Bruno. Em 1834, com a vaga liberalista, os monges foram expulsos, o que levou ao encerramento do Mosteiro. Só em 1960, mais de 120 depois, é que os monges regressaram a Évora, pela mão de Vasco Maria Eugénio de Almeida que custeou as despesas e se empenhou pessoalmente para que os cartuxos voltassem a ocupar a Cartuxa de Scala Coeli.
Novecentos anos passados sobre a morte de São Bruno, estes homens continuam a viver o ideal monástico deixado pelo fundador, que tem como espiritualidade a simplicidade: “a simplicidade duma alma que vai directamente ao fim, a um fim único e simples, à procura de Deus”, conforme se pode ler na obra agora editada.
Embora não tenha fundado nenhuma ordem, nem tenha escrito nenhuma regra, a sua espiritualidade foi-se transmitindo entre os seus seguidores, de forma oral durante 40 anos. Só nessa altura é que o então prior de Chartreuse, Guigo, redigiu o que ele chamou “Costumes de Chartreuse”.
A Cartuxa de Évora, única em Portugal, à semelhança de outros países, vive as dificuldades próprias deste tempo. O Papa João Paulo II, por ocasião deste aniversário dirigiu uma carta às Cartuxas onde exorta os cartuxos a que nunca renunciem às instituições do seu fundador, “mesmo se o empobrecimento das comunidades, a diminuição das entradas e a incompreensão suscitada pela vossa escola de vida radical vos possam fazer dúvida da fecundidade da vossa Ordem e da vossa Missão, cujos frutos pertencem misteriosamente a Deus”.


Fonte Ecclesia

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