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Bento XVI: Jesus é a autêntica alegria do Natal
2006-12-19 22:58:05

Publicamos a intervenção de Bento XVI ao rezar neste domingo a oração mariana do Ângelus junto a milhares de peregrinos congregados na Praça de São Pedro, no Vaticano.

Queridos irmãos e irmãs:
Neste terceiro domingo do Advento, a liturgia nos convida à alegria do espírito, com a famosa antífona que retoma uma exortação do apóstolo Paulo: «Alegrai-vos no Senhor... O Senhor está próximo» (cf. Filipenses 4, 4.5). A primeira leitura bíblica da missa também é um convite à alegria. O profeta Sofonias, no final do século VII a.C., se dirige à cidade de Jerusalém e à sua população com estas palavras: «Canta de alegria, cidade de Sião; rejubila, povo de Israel! Alegra-te e exulta de todo coração, cidade de Jerusalém!... O Senhor, teu Deus, está no meio de ti, o valente guerreiro que te salva!» (3, 14.17)

O próprio Deus é representado com sentimentos análogos: «Ele exultará de alegria por ti, movido por amor; exultará pro ti, entre louvores, como nos dias de festa» (Sofonias 3, 17-18a). Esta promessa se realizou plenamente no Natal, que celebraremos dentro de uma semana, e que é necessário renovar no «hoje» de nossa vida e na história.

A alegria que a liturgia desperta nos corações dos cristãos não está reservada somente a eles; é um anúncio profético destinado a toda a humanidade, em particular aos mais pobres, neste caso, aos pobres em alegria!

Pensemos em nossos irmãos e irmãs que, especialmente no Oriente Médio, em algumas zonas da África e em outras partes do mundo vivem o drama da guerra: que alegria eles podem viver? Como será o seu Natal? Pensemos em tantos doentes e pessoas sozinhas que, além de experimentar sofrimentos físicos, sofrem no espírito, pois com freq6uência se sentem abandonados: como compartilhar com eles a alegria sem faltar-lhes ao respeito pelo seu sofrimento? Mas pensemos também naqueles, especialmente nos jovens, que perderam o sentido da autêntica alegria, e que a buscam em vão lá onde é impossível encontrá-la: na corrida exasperada pela auto-afirmação e pelo êxito, nas falsas diversões, no consumismo, nos momentos de embriaguez, nos paraísos artificiais das drogas e de qualquer forma de alienação. Não podemos deixar de confrontar a liturgia de hoje e seu convite -- «Alegrai-vos!» -- com estas dramáticas realidades.

Como nos tempos do profeta Sofonias, a Palavra do Senhor se dirige precisamente a quem se encontra na prova, aos «feridos da vida e órfãos de alegria». O convite à alegria não é uma mensagem alienante, nem um paliativo estéril, senão uma profecia de salvação, um chamado a um resgate que parte da renovação interior.

Para transformar o mundo, Deus escolheu uma humilde menina de um povoado da Galiléia, Maria de Nazaré, e a chamou com esta saudação: «Alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo». Nestas palavras se encontra o segredo do autêntico Natal. Deus as repete à Igreja e a cada um de nós: Alegrai-vos, o Senhor está próximo! Com a ajuda de Maria, entreguemo-nos, com humildade e valentia, para que o mundo acolha Cristo, que é o manancial da autêntica alegria.

[Traduzido por Zenit. © Copyright 2006 - Libreria Editrice Vaticana]

Fonte Zenit

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