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Cónego Melo Homenageado Duplamente em Braga
2001-07-12 13:05:33

Tal como a vida daquele é que considerado o padre mais mediático da diocese de Braga, também as homenagens que estão a ser preparadas para comemorar os cinquenta anos de sacerdócio do cónego Eduardo Melo estão envoltas em alguma polémica.

A maior homenagem, para a qual já se inscreveram 600 pessoas, está marcada para o próximo fim-de-semana na Cidade dos Arcebispos. Organizada pelo secretariado diocesano dos cursos de cristandade, a festa (que, para além das cerimónias religiosas, conta também com um concerto na Sé) é encarada pelos promotores como uma "homenagem singela do povo" ao cónego Melo. Alberto Moreda, membro do secretariado dos cursos de cristandade, diz mesmo que esta é a "homenagem do pé-descalço", em contraponto com a festa que "cabe á hierarquia da Igreja diocesana organizar". E é precisamente aqui que reside a polémica. Para além da homenagem "do povo", no dia 18 de Julho é a vez da hierarquia religiosa fazer a festa. Uma homenagem "singela", na opinião de Moreda, que, para além do cónego Eduardo Melo, vai ainda servir para comemorar os cinquenta anos de sacerdócio de D. Carlos Pinheiro, bispo emérito de Braga, e os dois anos da tomada de posse de D. Jorge Ortiga como arcebispo bracarense.

Aparentemente de costas voltadas, os organizadores das duas homenagens a Eduardo Melo, parecem contudo condenados a entenderem-se. Apesar de inicialmente informado por escrito da festa preparada pelos cursos de cristandade, D. Jorge Ortiga acabou por alterar o horário das actividades agendadas para o próximo fim-de-semana por forma a poder estar presente nas cerimónias. "Vou estar presente com todo gosto", afirmou ao PÚBLICO o arcebispo de Braga que não vê "grandes diferenças" entre a festa organizada pelos cursos de cristandade e a "eucaristia normal" preparada pela hierarquia bracarense. "A diocese não faz distinção entre os padres que trabalham em Braga", salientou fonte do Paço Episcopal, referindo ainda que "não é por ser um cónego ou um padre de aldeia que pode haver distinções". "As homenagens são para quem as merece", contrapõe Alberto Moreda, que defende a realização de "todas as homenagens e mais uma" para o cónego Eduardo Melo.

Aparentemente alheio à polémica, o homenageado diz que continua a pautar a vida pelas mesmas normas de há cinquenta anos atrás. "Nunca perdi o sono nem o apetite e continuo com vontade de trabalhar", afirma aquele que também é o vigário-geral da Diocese de Braga e o deão da Sé. Garantindo ser "sempre leal a D. Jorge Ortiga" e não ter nada "contra ninguém", mesmo contra aqueles que "sempre o tentaram atingir e denegrir a imagem da Igreja", Eduardo Melo espera agora, calmamente, pelas homenagens para depois voltar "ao trabalho".

O "mérito" de Mário Soares
Aos 73 anos, Eduardo de Melo Peixoto, já monsenhor, mas ainda tratado por cónego, já recebeu dezenas de homenagens. Mas, de todas, há uma que - embora sem o revelar - o deixa particularmente satisfeito: a Medalha de Mérito que Mário soares, enquanto Presidente da República, lhe entregou. "Foi uma honra", diz apenas o sacerdote. Deão da Sé de Braga e deão honorário de Santiago de Compostela, vigário-geral da Diocese de Braga (responsável por todas as obras e iniciativas que os sacerdotes queiram fazer nas paróquias), vigário-geral da Primeira Região Pastoral, responsável pelo Arquivo do Cabido da Sé, comendador da Ordem Equestre do Santo Sepulcro de Jerusalém, do Instituto Galaico-Minhoto, da Associação Jurídica de Braga e membro da direcção de um sem-fim de instituições, Eduardo Melo é ainda um dos poucos contemplados com a medalha de ouro da cidade de Braga.

Com cargos nas mais diversas áreas, convém recordar que o cónego Melo é actualmente presidente do Conselho Geral do Sporting Clube de Braga, colaborar do jornal "Diário do Minho" e presidente da Assembleia Geral da Orquestra de Câmara do distrito de Braga.

Fonte Público

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