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Células estaminais – uma alternativa eficaz
2006-09-19 22:39:05

Uma Conferência Internacional sobre o uso de células estaminais no tratamento de doenças, realizada em Roma, no Vaticano, sob o impulso da Academia Pontifícia para a Vida e da Federação Internacional das Associações de Médicos Católicos, merece um destaque especial.

Tantas vezes a Igreja Católica e os cientistas católicos são acusados de serem inimigos da investigação científica na área da vida que ao ver como logotipo deste Congresso a imagem de um embrião in vitro de oito células, dador privilegiado de células estaminais para alguns, pressenti um sinal da atenção e rigor com os quais os dois organismos proponentes estudam e conhecem todos os aspectos científicos da embriologia humana para fundamentarem correctamente as suas posições éticas, deontológicas e morais.
Claro que o Congresso não foi sobre células estaminais obtidas a partir da destruição de embriões humanos. A posição negativa do pensamento católico em relação à destruição de embriões humanos, seja com que objectivos for, incluindo os que são apresentados como beneficentes para os seres humanos, é clara e tem uma rigorosa fundamentação ética - um ser humano não pode ser usado como coisa ou instrumento - deontológica - o investigador científico, como ser humano que é, não pode, em nenhuma circunstância, dispor da vida de outro ser humano - e moral - a forma como uma sociedade de entes morais trata os seus membros mais vulneráveis, mede a sua vinculação ao respeito pela dignidade humana.

As intervenções iniciais, protocolares, em especial a do Bispo Elio Sgreccia, actual Presidente da Academia, explicaram bem que o tema era, de facto, as células estaminais não embrionárias que têm sido marginalizadas pelos media, em favor das embrionárias.
Ora a realidade científica, como ficou exuberantemente demonstrado neste Congresso, é totalmente diferente. Estas células, que existem no sangue do cordão umbilical, no sangue circulante das pessoas e na medula óssea, por exemplo, são melhores para o tratamento das doenças do que as dos embriões.21 comunicações de cientistas de todos os Continentes, com relevo para os USA e a Austrália, apresentaram os excelentes resultados já obtidos em aplicações clínicas. Entre elas relevo as do investigador português Carlos Lima na melhoria das lesões da medula espinal usando células estaminais do tecido nervoso obtidas na mucosa olfactiva. Um investigador australiano mostrou que na mucosa olfactiva há células com características de função estaminal que originam vários outros tecidos incluindo o tecido muscular. De todos os resultados apresentados os mais impressionantes são os relativos ao enfarte do miocárdio, obtidos por uma equipa alemã.

O sucesso das aplicações das células estaminais não embrionárias no tratamento de doenças humanas quando comparado com a ausência total de resultados clínicos usando células de embriões, mostra, claramente, que os investigadores e as fontes de financiamento já investem preferencialmente nas células não embrionárias. Alguns dos trabalhos apresentados eram já financiados por grandes empresas multinacionais, na linha dos resultados obtidos em doenças do sistema nervoso, coração e fígado.
A mensagem dos cientistas presentes, do mais alto nível, foi bem clara: as células estaminais não embrionárias são superiores, na aplicação ao tratamento das doenças, às células resultantes da destruição de embriões.

Na sua sabedoria milenar a Igreja Católica já tinha pressentido que esta devia ser a verdade.
Cientistas independentes vieram a Roma confirmá-lo.
Vamos assistir nos próximos anos a um desenvolvimento espectacular de tratamentos com estas células estaminais não embrionárias. Que a posição dos católicos não seja esquecida.

Daniel Serrão, Membro Academia Pontifícia para a Vida

Respeitar a vida

A pesquisa sobre células estaminais merece aprovação e encorajamento quando conjuga, ao mesmo tempo o saber científico, a tecnologia mais avançada no âmbito biológico e a ética que postula o respeito do ser humano em todas as fases da sua existência. Foi o que afirmou, neste sábado, Bento XVI ao receber em audiência, os participantes no congresso sobre as células estaminais promovido pela Academia Pontifícia para a Vida(APV) e a Federação Internacional das Associações dos Médicos Católicos (FIAMC).

"Perante a supressão directa do ser humano - acrescentou o Papa - não pode haver compromissos nem subterfúgios; não se pode pensar que uma sociedade possa combater eficazmente o crime, quando ela própria legaliza o delito no âmbito da vida nascente".

A Igreja encoraja, desde sempre, a investigação científica que se dirige ao bem da humanidade e respeita a vida, mas não pode permitir que a ciência queira "dispor da vida humana", como sublinhou Bento XVI.
O Papa lamentou as "frequentes e injustas acusações de insensibilidade" dirigidas à Igreja, justificando algumas inquietações éticas com a eliminação de embriões: nestes casos, explicou, "a investigação não se coloca verdadeiramente ao serviço da humanidade", mas elimina "vidas humanas que têm a mesma dignidade dos outros seres humanos e dos próprios investigadores".

O presidente da APV, D. Elio Sgreccia, sublinhou os "encorajantes" desenvolvimentos relativamente à pesquisa sobre células estaminais adultas. Considerando "providencial" a presença, no corpo humano, de células capazes de multiplicar-se e diferenciar-se "para regenerar as células danificadas e reparar tecidos e órgãos".

Este congresso, assegurou D. Sgreccia, confirmou que "o novo caminho da medicina regenerativa começou o seu histórico e promissor percurso".

Fonte Ecclesia

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