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Documentos de Pio XI já estão a ser procurados
2006-09-19 22:37:32

O Vaticano autorizou pela primeira vez o acesso a cartas diplomáticas, correspondência privada e outros documentos dos seus arquivos secretos, referentes ao período 1922-1939 do pontificado de Pio XI, totalizando cerca de 30.000 documentos de um período em que o fascismo, o nazismo, o comunismo e o nacionalismo se defrontavam no continente europeu.

Especialistas esperam que estes documentos possam ajudar a esclarecer até que ponto a Santa Sé estava preocupada com a crescente perseguição de judeus na Europa da época, mas que serão necessários meses ou anos para estudar todo o conteúdo.

A abertura do arquivo foi ordenada pelo Papa Bento XVI em 30 de Junho último e os investigadores poderão consultar toda a documentação existente até 1939, no Arquivo Secreto e no Arquivo da Segunda Sessão da Secretaria de Estado.
Funcionários do arquivo disseram que, até ao final da manhã de hoje, cerca de 50 investigadores tinham apresentado as suas credenciais para obter acesso, embora alguns deles estivessem interessados em consultar material de anteriores papados.

"Havia um pouco de caos" nos arquivos, disse Alessandro Visani, investigador de história contemporânea na Universidade de Sapinza, em Roma, que, como muitos outros, esperava conseguir uma ideia inicial do que se encontrava nos arquivos.
"Queria ver alguma coisa, mas outra pessoa estava já a consultá-la", disse Visani, cuja investigação inclui as atitudes da hierarquia da igreja para com as leis anti-judias de 1938 do ditador fascista italiano Benito Mussolini. O material nos arquivos é "muito rico", afirmou Emma Fattorini, também da Universidade Sapienza.

Uma questão fundamental gira em redor de uma encíclica que Pio XI estava a preparar para denunciar o racismo e o nacionalismo violento na Alemanha. Contudo, morreu antes de a divulgar e nunca foi tornada pública.

Nunca foi publicada, "em parte devido à sua morte, e em parte porque foi considerada inoportuna politicamente", notou Visani.
O historiador disse esperar que os arquivos esclareçam os verdadeiros pontos de vista dos prelados, expressos em privado, sobre as leis raciais de Mussolini contra a pequena comunidade judia italiana.

Fonte Ecclesia

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