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«Amor que une»: Chiara Lubich à VIII Assembléia Mundial de Religiões pela Paz
2006-09-10 14:35:31

Publicamos a mensagem de Chiara Lubich (fundadora do Movimento dos Focolares, http://www.focolare.org), à VIII Assembléia da Conferência Mundial de Religiões pela Paz (http://www.wcrp.org). Lubich figura entre os presidentes honorários desta coalizão de comunidades religiosas, a maior do mundo.
«Fazer frente à violência e fortalecer a segurança compartilhada» foi o tema tratado nesta Assembléia Mundial que, durante três dias, reuniu 800 delegados de 100 países na cidade japonesa de Quioto -- até 29 de agosto. Os participantes chegaram a dois mil.


O amor que une

Envio uma cordial e reconhecida saudação aos queridíssimos e ilustres líderes religiosos, representantes de todas as grandes tradições de fé, vindos de todas partes do mundo para participar da VIII Assembléia Mundial das Religiões pela Paz.

Voltar-se a encontrar juntos dá testemunho de nossa missão comum de promotores de paz e de fraternidade entre os povos, enfatizando os valores transcendentes, sobre forças espirituais próprias de cada região nossa.

O lugar eleito, Quioto, berço das Religiões pela Paz, é indicativo para fazer-nos considerar novamente nossos grandes ideais, para recordar-nos que a cooperação entre nós, entre nossas diferentes religiões, teria em si o poder de levar ao mundo a paz.

Mas o que é preciso para que isto aconteça?
É necessário levar o Amor ao mundo.
É necessário recordar que há algo que é mais forte que a morte e a violência. Existe uma força que reside no coração do homem e da mulher e que só precisa ser despertada, reanimada.
Jamais como agora se constatou que todos os seres são interdependentes e que só juntos podem construir um mundo reconciliado.

Jamais como agora, por outro lado, apesar de tudo, se busca uma via comum, um diálogo construtivo, um conhecimento recíproco. Há uma aspiração à unidade que penetra os espíritos mais iluminados e que o encontro pede, compartilhar. Escrevia nosso amado Papa, o ausente João Paulo II: «Deve chegar o tempo em que se manifeste o amor que une! Numerosos indícios permitem pensar que esse tempo efetivamente chegou».

O «amor que une» é o que cada um de nós, começando por si mesmo, pode enxertar em todas suas relações. É o amor que se esquece de si mesmo para pôr-se ao serviço dos demais, que constrói a base para a unidade da família humana.

Esta unidade pode ser a semente de um mundo novo.
Esta unidade será nossa força porque, ainda quando estejamos distantes uns dos outros, nos acompanhará a certeza de estar unidos, e o que façamos não será tanto fruto de ações individuais quanto expressão de um vínculo que, inclusive à distância, será para nós fonte de nova luz para compreender o que devemos fazer, e de nova energia para poder realizar.

Só nossa unidade poderá desprender essa sabedoria e essa capacidade necessária para mudar o mundo e ganhar a batalha da paz.

E isto porque a unidade não é a soma de mais pessoas, não é só solidariedade, colaboração e diálogo. Não. Construir a unidade significa fazer resplandecer, juntos, pelo amor recíproco, a presença de Alguém que nos transcende e que é infinitamente superior a nós. Canta-se na liturgia cristã: «Onde há caridade e amor, aí está Deus».

Uma grande personalidade budista, já desaparecida, o venerável Etai Yamada, amava dizer: «Se somos um só coração, Deus está conosco e nos guia para fazer Sua vontade». É esta uma presença nova de Deus que leva à tolerância, à compreensão, ao perdão, à paz, à alegria, e acende essa chama de amor que funde os homens em comunhão, ilumina o caminho da existência e não pode não abrir brecha no coração de todos.

É esta nossa esperança e é isso que desejo a cada líder das Religiões pela Paz, que com empenho trabalha pelo encontro harmonioso entre as culturas e os povos.

Chiara Lubich

[Traduzido por Zenit]
ZP06090620

Fonte Zenit

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