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Porta-voz dos bispos critica uniões de facto e relações homossexuais
2006-07-11 22:20:38 O porta-voz da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), D. Carlos Azevedo, afirmou que a "desvalorização" do conceito de família em Portugal é resultado do aumento das uniões de facto e das relações homossexuais.
Em declarações à agência Lusa, D. Carlos Azevedo lamentou que a sociedade portuguesa "misture o conceito de família com outros conceitos de vida gregária", como são as uniões entre homossexuais ou as uniões de facto.
"Não se trata de defender um conceito tradicional", mas sim o único "modelo de família que existe", sustentou Carlos Azevedo, na véspera do V Encontro Mundial de Famílias, que hoje e amanhã decorre em Valência (Espanha), com a presença do Papa Bento XVI.
"Ninguém pode impedir que as pessoas se juntem", mas "isso não são famílias" - apenas "outros modelos de vida em comum", defendeu o bispo. Carlos Azevedo pede ainda aos católicos que demonstrem "clareza mental em vez de confusão" na abordagem deste assunto pelos poderes políticos.
Milhares de portugueses de várias dioceses viajaram para a cidade espanhola de Valência, numa comitiva presidida por António Carrilho, bispo auxiliar do Porto, e que conta com mais dois bispos.
Para Carlos Azevedo, este encontro, que dará particular destaque à "transmissão da fé", é uma "oportunidade para muitas famílias reflectirem sobre o seu papel" nos dias de hoje. "A família é um tema que continua a ser fundamental", mas a "transmissão da fé tem hoje muitas dificuldades devido à falta de formação cristã dos pais", afirmou. Os novos católicos devem ser formados numa "parceria" entre a comunidade cristã, a escola e as famílias, defendeu D. Carlos Azevedo.
O director do Secretariado Nacional do Laicado e Família, Benjamim Ferreira, considerou por seu turno que o modelo de transmissão da fé católica mudou muito nos últimos anos e que os pais estão a dar cada vez mais importância às paróquias.
"A transmissão da fé na família, que noutros tempos talvez passasse por formas mais catequéticas, tem hoje outras formas", considerou o padre, citado pela agência Ecclesia. "Como aconteceu ao longo da sua história, também agora a Igreja é chamada a encontrar formas adequadas para a situação que vive, sem perder de vista a vivência e o anúncio da fé", acrescentou Benjamim Ferreira.
O V Encontro Mundial de Famílias, que hoje e amanhã conta com a visita do Papa (ver textos na página ao lado), foi antecedido de um congresso onde o cardeal Carlo Cafarra, arcebispo de Bolonha, criticou aqueles que se propõem equiparar o matrimónio a qualquer outra forma de união. O cardeal considerou, em particular, a tentativa de equiparar matrimónios a uniões homossexuais um "momento obscuro" da história da Europa, que, afirmou, caiu numa "cultura laica" com efeitos negativos para os cidadãos.
Lusa
Fonte Público
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