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Igreja está aberta a todas as pessoas - Arcebispo anfitrião do Encontro Mundial das Famílias
2006-07-04 22:21:32

Está a decorrer, em Valência (Espanha), o V Encontro Mundial das Famílias, convocado pelo Papa João Paulo II e encerrado pelo seu sucessor, Bento XVI, no próximo fim-de-semana. Em entrevista à agência Zenit, conduzida por Marta Lago, o Arcebispo de Valência aponta os desafios e expectativas deste encontro, já realizado em Roma (duas vezes), Rio de Janeiro e Manila.

Agência Zenit — Durante nove dias, Valência será a capital mundial das famílias. Qual é o seu maior desafio e a sua maior esperança como pastor da arquidiocese anfitriã?
D. Agustín García-Gasco — Qualquer encontro mundial supõe um desafio na organização de actos tão multitudinários. Felizmente, além da cooperação de todos os sacerdotes da diocese e de milhares de leigos e voluntários, contamos com o apoio institucional do presidente da Generalitat Valenciana, Francisco Camps, do presidente da Câmara, Fernando Giner, e da prefeita de Valencia, Rita Barberá, pelo que as instituições, numa sã cooperação, estão a ajudar-nos em matérias muito importantes como são as infra-estruturas, comunicações, etc. A maior esperança é que este encontro mundial seja útil e eficaz para iluminar a grandeza insubstituível do matrimónio e da família, que está a sofrer autênticos maus-tratos por parte das leis de alguns países. Na Espanha, chegou-se a uma confusão absoluta em matéria de matrimónio e família. O nosso país está a ser o banco de experimentação de invenções legais, nas quais uma minoria deita por terra o legado da civilização sobre a complementariedade do homem e da mulher e sua especial dimensão na sociedade.

AZ - Esperam centenas de milhares de famílias do mundo inteiro em Valência, além dos milhões de pessoas que vão seguir o encontro através dos meios de comunicação. O que é que vai guardar consigo de um acontecimento assim?

AGG - Efectivamente, esperamos muitos peregrinos, ao ponto de se ter alargado o prazo de inscrição para assistir ao evento e aos congressos que são gratuitos. Esperamos que todos os peregrinos levem consigo, por um lado, a clareza do magistério da Igreja. Nesta época em que se fomenta a adulação de qualquer forma de vida, creio que é bom realçar que a Igreja não vive à mercê das modas ou interesses do momento. Há quem nos templos, mas isso seria faltar à verdade da sua missão. A Igreja não é um partido político em busca de votos, ou uma seita em busca de adeptos mediante a bajulação. Por outro lado, nós, católicos, temos que entender melhor a família como Igreja doméstica. Deus quis que a fé se transmita fundamentalmente através de pessoas e a família, os pais, os avós e as próprias crianças têm um trabalho evangelizador na sua própria família, que é um caudal inesgotável como transmissão e fortalecimento da fé. Ser missionários da fé no próprio matrimónio e na própria família fortalece e une a família. O Papa Bento XVI é, em muitos aspectos, uma bênção para a Igreja. A sua facilidade natural para divulgar os aspectos teológicos mais complexos e para esclarecer as pessoas de todas as condições intelectuais é um grande bem que milhares de pessoas vão poder viver ao vivo.

AZ - É membro do Conselho Pontifício para a Família e desenvolve o seu ministério episcopal num país que se tornou um laboratório político e legislativo para correntes que pretendem substituir a família por outras formas de convivência. Que caminho sugere seguir face a esta realidade? Vê sinais de esperança?

AGG - Em primeiro lugar, não que não sejam «politicamente correctas», conceito usado pela nova moral progressista com a intenção de desautorizar quem denuncia as falsidades que contêm. Por outro lado, tão-pouco podemos cair na injustiça de considerar todas as pessoas homossexuais ou divorciadas como se fossem inimigas da Igreja. Os grupos activistas radicais pretendem, de facto, um confronto e um rompimento total com a Igreja. Temos que realçar que a Igreja tem a obrigação de mostrar o seu magistério a todas as pessoas sem excepção, qualquer que seja a sua condição. Ninguém está excluído de escutar o chamamento salvador de Cristo ressuscitado que na Cruz assegurou a salvação a um delinquente condenado à morte. A Igreja está aberta a todas as pessoas. O magistério e o amor de Deus que a Igreja mostra não são incompatíveis — são as duas mãos que se põem ao alcance de qualquer homem e mulher que anseie a transcendência divina. O caminho a seguir deve ser o do exemplo pessoal de cada família, de cada paróquia e também a clareza da Igreja na difusão da mensagem.

Fonte Zenit

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