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Um prato na mesa de quem mais precisa
2006-05-04 00:27:03

O Banco Alimentar Contra a Fome volta a recolher alimentos no fim-de-semana de 6 e 7 de Maio em 573 estabelecimentos comerciais localizados nas zonas de Lisboa, Porto, Coimbra, Évora, Aveiro, Abrantes, S. Miguel, Setúbal, Cova da Beira e Leiria-Fátima e, pela primeira vez, nas Caldas da Rainha⁄Óbidos.

A campanha deste fim-de-semana constituirá também a oportunidade para testar uma nova modalidade de recolha, mais flexível e adaptável a estabelecimentos de menor dimensão, designada "Ajuda-Vale".
"Ao longo de todo o ano o Banco Alimentar ajuda a pôr um prato na mesa de quem mais precisa. Dias 6 e 7 de Maio, ajude você também", é o apelo constante nas mensagens promocionais desta nova campanha.
Procurando fazer mais e melhor e assim chegar cada vez mais próximo de todos aqueles confrontados com carências alimentares, o Banco Alimentar Contra a Fome testa com esta campanha uma nova modalidade de recolha.
A Campanha-Vale permitirá a recolha de alimentos em lojas de pequena dimensão, através de uma abordagem em que continua deixada ao cidadão a escolha dos produtos que pretende destinar ao Banco Alimentar Contra a Fome, embora a restante logística seja assegurada pelo próprio estabelecimento. Este sistema é especialmente adequado às pequenas superfícies, em que é impraticável a reunião das condições necessárias para a presença de voluntários, recolha pública, etc.
Nesses estabelecimentos serão disponibilizados em suportes próprios cupões-vale de 5 produtos seleccionados (azeite, óleo, massas, salsichas e atum). Cada cupão representa uma unidade daquele produto (por exemplo, "1 kg de Arroz", "1 lata de feijão", etc.). Este cupão, para além de mencionar que se trata de uma entrega destinada ao Banco Alimentar Contra a Fome, refere de forma clara a identificação do tipo de produto, da unidade e do correspondente código e barras, através do qual é efectuado o controlo das dádivas.
Ao efectuar o pagamento, o dador entrega o "cupão-vale" na caixa registadora. O respectivo código de barras é lido e somado à conta a pagar. No final do dia, o estabelecimento reúne os cupões reunidos nas caixas e recolhe os alimentos neles referenciados para posterior entrega ao Banco Alimentar Contra a Fome da região.

Mais de 12 mil voluntários em campo
A campanha do próximo fim-de-semana mobilizará aproximadamente 12 mil pessoas voluntárias, que recolherão as contribuições efectuadas nos estabelecimentos comerciais, os transportarão e os arrumarão nos armazéns dos onze Bancos Alimentares em actividade.
O produto da campanha, ainda com recurso ao voluntariado, será distribuído localmente a partir da próxima semana a pessoas com carências alimentares comprovadas através de Instituições de Solidariedade Social previamente seleccionadas.
Para aderir a esta campanha basta aceitar um saco de plástico entregue pelos voluntários dos Bancos Alimentares Contra a Fome devidamente identificados (localizados à entrada de cada um dos estabelecimentos comerciais) e colocar no seu interior bens alimentares de preferência não perecíveis, tais como leite, conservas, azeite, açúcar, farinha, bolachas, massas, óleo, etc.
No caso de estabelecimentos de menor dimensão, onde será testada a nova modalidade de recolha, a adesão poderá efectuar-se mediante a escolha de um conjunto de cupões-vale e a respectiva entrega na caixa registadora no momento do pagamento.

Sociedade civil em vez do Estado
A combinação da solidariedade generosa dos portugueses e da eficácia comprovada da acção dos Bancos Alimentares Contra a Fome na tentativa de minorar esta penosa realidade constitui a prova evidente de que a sociedade civil se pode - e deve - substituir com vantagem ao Estado na resolução de alguns dos problemas com que se confrontam as sociedades modernas.
Isso mesmo foi recentemente salientado pelo Presidente da República no seu apelo para que a sociedade portuguesa se mobilize a favor da inclusão e da luta contra todo o tipo de desigualdades.
O Banco Alimentar Contra a Fome é um bom exemplo de que o conjunto é maior que a soma das partes: o trabalho coordenado de todas as partes envolvidas - empresas da indústria agro-alimentar que doam produtos, doadores financeiros, voluntários que oferecem o seu trabalho e instituições de solidariedade social que recebem e entregam os produtos aos carenciados - tem resultados muito superiores aos que seriam obtidos com a acção isolada de cada um destes agentes, pois gera um efeito multiplicador ao conjugar um elevado número de boas-vontades.
"Aproveitar onde sobra para distribuir onde falta", é a filosofia subjacente, evitando o desperdício de alimentos e fazendo-os chegar às pessoas com carências alimentares. O Banco Alimentar Contra a Fome recebe ao longo de todo o ano todo o tipo de géneros alimentares. São recolhidos localmente e a nível nacional no estrito respeito pelas normas de higiene e de segurança alimentar.

Mais de 216 mil pessoas receberam ajuda em 2005
De acordo com os dados da Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares contra a Fome, ao longo de 2005 foram ajudadas 1172 instituições, que concederam apoio alimentar a mais de 216 mil pessoas comprovadamente carenciadas.
No ano passado, os dez Bancos Alimentares Contra a Fome distribuíram um total de 17.247 toneladas de alimentos (equivalentes a um valor global estimado superior a 24,5 milhões de euros), ou seja, um movimento diário médio de 69 toneladas.
Estes valores resultam da solidariedade e generosidade dos particulares, patenteadas nas duas campanhas anuais de recolha de alimentos, e de uma acção continuada de aproveitamento dos excedentes produzidos pela cadeia de produção e comercialização de produtos agro-alimentares, que de outro modo teriam sido objecto de destruição.
De acordo com um estudo da União Europeia, uma significativa percentagem da população portuguesa vive ainda abaixo do limiar da pobreza. Nos grandes centros urbanos essa realidade traduz-se, entre outros aspectos, por uma situação de carência alimentar que está ao alcance da sociedade portuguesa contribuir para colmatar, conforme tem comprovado a acção dos Bancos Alimentares Contra a Fome.
As carências alimentares com que se debatem muitos portugueses são um fenómeno típico das grandes aglomerações urbanas e tem tendência a agravar-se em períodos de abrandamento da actividade económica, como são os que se vivem actualmente.

Fonte Ecclesia

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