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D. José Policarpo critica patrões maus pagadores
2006-03-13 12:01:52

D. José Policarpo, Cardeal Patriarca de Lisboa, associou-se ontem, pela primeira vez, às celebrações pascais da comunidade ucraniana em Portugal. A cerimónia litúrgica decorreu na capela do Hospital de Arroios, em Lisboa, que foi pequena para acolher as várias dezenas de imigrantes.

A missa, que durou quase duas horas, foi celebrada segundo o rito bizantino pelos dois padres ucranianos David e Ivan, coadjuvados pelo padre Delmar Barreiros. O Cardeal Patriarca presidiu às cerimónias e, na homilia, confessou não ser a primeira vez que assistia à missa segundo o rito bizantino, que lhe agradava.

D. José Policarpo afirmou que nunca foi emigrante. “Só por pouco tempo, porque voltei sempre à base.” E reconheceu que a vida de quem deixa o seu país não é fácil. “Não sei imaginar o que é ser emigrante, ter saudade da terra, da família que lá se deixou, da memória e do passado que ficou para trás. E que, mesmo assim, os emigrantes vieram para uma terra estrangeira tentar uma vida nova.”

Numa alocução directa aos cidadãos ucranianos, deixa uma crítica implícita. “Dizem que os portugueses são simpáticos no acolhimento dos estrangeiros? São simpáticos? Eu sei que não são todos.”

O padre Delmar Barreiros, que há seis anos tem dado apoio à inserção dos imigrantes em Portugal, explica que “ainda há muitos portugueses que aceitam o trabalho dos emigrantes mas depois não lhes pagam”.

NEGOCIAÇÕES PARA REFORMA

Ficar sem receber não é o único problema que afecta muitos dos cerca de 210 mil imigrantes da Ucrânia em Portugal – apenas um terço está em situação legal.

O embaixador da Ucrânia – que conta com dois consulados, em Lisboa e no Porto –, Rostislau Tronanco, lembra ao CM outras lutas dos seus conterrâneos. “Decorrem negociações entre os governos dos dois países para que os anos de trabalho que são vividos neste país possam ser contados para o período da aposentação na Ucrânia.”

Nada que preocupe, para já, a jovem Nicole Hrinchenko, de 19 anos. “Estou cá há poucos meses e vou tirar o curso de farmácia. Depois se verá o futuro, ainda é cedo traçar projectos.”

O seu amigo Monice, de 30 anos, é outro caso de emigrante bem sucedido. “Estou cá há cerca de cinco anos e trabalho numa empresa que vende equipamento desportivo. Tenho autorização de residência.”

Cristina Serra

Fonte CM

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