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Missão: Acolher - Associação dos Servitas de Nossa Senhora de Fátima
2006-02-21 22:42:15

O acolhimento no Santuário de Fátima não é um conceito sem rosto nem mãos, mas, pelo contrário, está associado no ideário de muitos dos milhões de peregrinos que por ali passam todos os anos a um conjunto bem determinado de pessoas, os chamados "Servitas de Fátima".

Esta é uma Associação criada, em 1924, por D. José Alves Correia da Silva, para viver e dar a conhecer a mensagem de Nossa Senhora e para o serviço gratuito no Santuário, sobretudo nas grandes peregrinações. Inclui sacerdotes, religiosos e leigos.
Visualmente, os sacerdotes reconhecem-se pela braçadeira branca, os médicos pela bata branca e braçadeira amarela, os outros homens pelas correias aos ombros e as senhoras pela farda branca, estrela azul no véu e cruz de Cristo ao peito. Os Servitas auxiliares reconhecem-se pela braçadeira azul ou encarnada.
A verdade é que, para além desta referência visual, poucos são os que sabem algo mais, como confessa à Agência ECCLESIA o presidente da Direcção da Associação dos Servitas de Nossa Senhora de Fátima, António Corrêa de Oliveira. "Muitos não percebem o que estão a fazer aquelas pessoas", lembra
"Os Servitas são a continuação institu-cional das pessoas que, nas primeiras vezes que se juntaram peregrinos na Serra d'Aire, por altura das Aparições de Nossa Senhora, deitavam as mãos àqueles que precisavam de ajuda, punham ao colo as crianças - porque os caminhos estavam impedidos ou enlameados -, ajudavam os doentes a chegar mais à frente", recorda.
O início nasceu, portanto, do chamamento a "ajudar quem precisava de auxílio, naquele lugar concreto".

Olhos nos olhos
Hoje, passados todos estes anos e com a evolução das condições de acesso ao Santuário, os Servitas são "as caras que se encontram" quando se chega ao Santuário, por vocação e por missão, explica António Corrêa de Oliveira.
Para este responsável, o tema escolhido para as Jornadas que deram início às comemorações dos 90 anos das Aparições é particularmente querido aos Servitas, indo ao encontro "da reflexão que vimos fazendo no nosso Congresso".
"Sob o tema "Com os olhos em Maria, Renovar o Coração para acolher o Futuro", vimos reflectindo sobre quem somos e como somos, sobre o que fazemos e como fazemos, isto é, afinal, como ser fiéis ao compromisso que fizemos com Nossa Senhora, com Cristo e com a sua Igreja", explica.
Os desafios, de facto, são muitos. Nos nossos dias peregrina-se de uma forma diferente daquela que acontecia há uns anos atrás, pelo que a necessidade de ajuda e de acolhimento "tem de evoluir". O presidente da Direcção da Associação dos Servitas refere, neste sentido, a importância do citado Congresso para pensar "o que somos e os desafios que temos pela frente".

Esforço conjunto
Neste trabalho de reflexão, houve a iniciativa de ir ao encontro dos outros grupos de voluntários que trabalham no Santuário. "Chegamos à conclusão de que nos conhecemos muito mal, seja a nível pessoal, seja a nível institucional", revela Corrêa de Oliveira.
Segundo este responsável, "é indispensável coordenar os nossos esforços, algo que pertence ao próprio Santuário com quem nós todos colaboramos".
O acolhimento em Fátima tem, aliás, especificidades muito próprias, "porque os acolhedores não o fazem em nome próprio, nem em nome de uma organização - como, por exemplo, um empregado de Hotel -, mas em nome de Nossa Senhora".
"Nós sabemos que os peregrinos que ali chegam vão procurar uma resposta a uma inquietação, que só pode ser dada por Cristo. Por isso, o que acolhe em Fátima deve fazê-lo em nome de Maria, o que é um desafio, porque implica a conversão do coração, repetida todos os dias", observa António Corrêa de Oliveira.
Assim, as Jornadas Nacionais sobre Acolhimento constituíram-se como um momento privilegiado para partilhar experiências, reflectir em conjunto e conhecer melhor todos aqueles que, voluntários ou profissionais, servem os Peregrinos de Fátima.
"Isso ajuda-nos a perceber aquilo que somos e não cair numa rotina que conduz à infidelidade a esta vocação", conclui o presidente da Direcção da Associação dos Servitas de Nossa Senhora de Fátima.

Fonte Ecclesia

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