paroquias.org
 

Notícias






Repensar Portugal, reconstruir um povo
2001-06-06 21:05:44

Os Bispos do nosso país, uma vez mais chamaram os cristãos e todos os portugueses à sua responsabilidade perante o bem comum.

Respondendo à indicação da Nota “Crise de Sociedade, crise de Civilização” queremos também nós, o movimento eclesial Comunhão e Libertação, dar o nosso contributo à tarefa de repensar Portugal.
A identidade cultural nacional, identifica-se com o cristianismo que lhe deu origem e consistência. A positividade, que nasce da fé, no modo de conceber a vida e as relações humanas, um ambiente social de paz e de concórdia, a riqueza da operatividade social, o ritmo da vida marcado pelo calendário cristão, o reconhecimento do valor da tradição e, também, a curiosidade e o acolhimento de outros povos e, por isso, a adaptação à inovação, a moderação da lei penal, os valores protegidos pelo sistema jurídico, tudo isto reflecte essa influência cristã e constitui para cada português o factor decisivo que torna possível a busca da felicidade.
A tentativa de destruir a influência cristã caracteriza muita acção política das últimas décadas. “Queremos afirmar claramente a todos e de modo particular aos fiéis católicos, que estamos conscientes disso”, dizem-nos os nossos Bispos. Também nós queremos crescer nesta dramática consciência que o afastamento de Deus da vida colectiva é uma mutação civilizacional que provoca a destruição de um povo e da sua consciência, através da ruptura com a tradição. O resultado, pretendido ou involuntário, é o de deixar o indivíduo sozinho, manipulado e escravizado pelo poder político e pelos media, moldado por uma escola que se tornou uma máquina de homologação cultural sem qualquer possibilidade de afirmação política autónoma dos partidos, sujeito passivo da infalibilidade semanal dos opinion makers e ilusório protagonista de um reality show de dimensão nacional.
A história das nossas comunidades - na tensão quotidiana de busca da felicidade e de uma vida recta, no trabalho e na família, no envolvimento dos últimos anos nas batalhas da defesa da Vida, na construção das obras caritativas e de intervenção social, na comoção do encontro com a fé do povo cristão nos caminhos de Fátima - ajuda-nos a perceber como uma cultura marcada pelo cristianismo, atenta à dignidade da pessoa humana e ao valor da vida, de liberdade responsável, verdadeira, coerente e solidária, é decisiva para a construção do bem comum.
Pensar Portugal, como nos pedem os nossos Bispos, levar a sério as indicações desta nota, na fidelidade aos princípios da Doutrina Social da Igreja, empenharmo-nos na reconstrução de um povo, quer dizer para nós:
Lutar pela liberdade de educação, em todas as frentes;
Afirmar o princípio da subsidariedade na relação do Estado com a Sociedade;
Valorizar a família nos planos jurídico, político, social, educativo e fiscal;
Defender intransigentemente a dignidade da vida humana desde a concepção até à morte natural;
Exigir o respeito pelos direitos do povo que se reconhece na Igreja Católica.
A nossa disponibilidade para esta tarefa é o contributo que oferecemos com este juízo.

Comunhão e Libertação

Lisboa, 10 de Maio de 2001


Fonte Ecclesia

voltar

Enviar a um amigo

Imprimir notícia