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«Programa» do Papa é muito exigente
2006-01-25 22:46:57

Em entrevista à Ecclesia, D. Carlos Azevedo traça as linhas fundamentais da primeira encíclica de Bento XVI.

Ecclesia – Que primeira análise é possível fazer a este documento papal?
D. Carlos Azevedo – Numa leitura rápida de todo o texto, podemos considerar que é surpreendente que a primeira encíclica, a qual tem geralmente um tom programático, o Papa nos convoque a todos, na Igreja, para a centralidade do amor.
Mais do que qualquer outro ponto de ordem, o Papa convoca a Igreja para o dever da caridade, para o serviço caritativo, ao estilo de Jesus, à maneira de Deus.
Este é, portanto, um programa muito exigente, não só para dentro da Igreja, mas para que a Igreja preste esse serviço a todos aqueles que não têm ainda condições dignas para a vida. É preciso estar atentos a todas estas situações e encontrar o nosso lugar.

E – A encíclica apresenta duas partes distintas...
CA - O Papa começa por prestar um esclarecimento, sobre o sentido do amor, com alguma novidade, porque cita filósofos, procurando ajudar-nos a arrumar ideias, que o pensamento actual nos tenta impor, sobre a corporeidade e o sentido do amor.
Bento XVI diz-nos que Deus ama-nos com uma paixão total e o próprio amor de Deus é um amor que abarca todo o ser, dando unidade ao amor humano.

E – Segue-se uma parte muito pragmática...
CA - Há um apelo às comunidades cristãs – por isso é que chamei a esta encíclica um cartão-convite -, simples, que não esmaga, para tentar conquistar-nos, pela inteligência, para o dever urgente da caridade.
A situação, como diz o Papa, é dramática e difícil, por força da globalização e de muitas condições problemáticas em que as pessoas hoje vivem. A Igreja não pode cruzar os braços, não pode dispensar-se da caridade perante a dimensão dos problemas.
Bento XVI dá uma lição para dentro da Igreja ao centrá-la na caridade, que é uma lição também para o mundo.

E – O que é que a Igreja vai fazer com este documento, agora?
CA - Há que tornar esta encíclica um instrumento pedagógico, ajudar as comunidades a lê-lo e a assimilá-lo, para o tornar vida. Há muitas instituições na Igreja que praticam a caridade e, a essas, o Papa chama a purificar o sentido com que o fazem, para que se torne um amor de dedicação pessoal.
Bento XVI enumera algumas características específicas da caridade cristã e mesmo aqueles que já a praticam, devem fazê-lo à maneira de Jesus, que disse “amai-vos como eu vos amei”.

Fonte Ecclesia

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