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Chefe espiritual dos anglicanos pode vir a ser uma mulher, mas nunca antes de 2012
2006-01-23 12:02:38

A Comunhão Anglicana poderá vir a ser dirigida por uma mulher, dentro de alguns anos, caso venha a ser aprovado um relatório que será debatido em Fevereiro. No documento propõe-se que as mulheres possam também ser bispos mas a decisão, a ser tomada, nunca deverá ser posta em prática antes de 2012.

Desde 1994 que a Igreja de Inglaterra (a mais importante entre os anglicanos) passou a admitir a ordenação de mulheres como padres. O facto gerou polémica e levou mesmo membros do clero e muitos crentes a abandonar o anglicanismo, passando a integrar a Igreja Católica. O lugar de bispo continua vedado às mulheres.
Agora, o relatório Guildford - assim designado por ter sido redigido por uma comissão presidida pelo bispo dessa diocese, Christopher Hill - propõe que as mulheres possam aceder também ao ministério episcopal. O documento será debatido pelo Sínodo da Igreja de Inglaterra em Fevereiro e depois de novo em Julho.
Como a proposta aponta para 2012 a data da alteração, a nomeação de uma mulher para o lugar de arcebispo de Cantuária - líder espiritual dos anglicanos de todo o mundo - ficará para mais tarde, como admitiu esta semana, durante uma conferência de imprensa, o bispo Christopher Hill.
"Haverá provavelmente um tempo de espera após a admissão das mulheres ao episcopado", antes que uma candidata possa ser primaz da Igreja de Inglaterra - disse o bispo. Aliás, acrescentou, no século XX apenas houve nove diferentes titulares do cargo.
No documento, os relatores escrevem que o Sínodo - a instância máxima de decisão da Igreja de Inglaterra - deverá votar favoravelmente a proposta mas, simultaneamente, garantir ao máximo "a unidade dentro da Igreja". Estão ainda abertas as feridas provocadas pela decisão de admitir a ordenação de mulheres e, mais recentemente, de um bispo homossexual no New Hampshire (Estados Unidos).
O relatório rejeitou, deste modo, uma proposta de sectores que se opõem à ordenação de mulheres e que queriam que fosse criada uma província separada para os anglicanos que recusam as mulheres como bispos. Para estes grupos, o líder espiritual da Igreja de Inglaterra deve ser homem. Mesmo sabendo que a chefia máxima da Igreja está entregue ao monarca inglês - actualmente é Isabel II que desempenha esse cargo.
No Sínodo de 6 a 9 de Fevereiro, em Westminster, a Igreja de Inglaterra irá debater ainda assuntos como as relações com a Igreja Baptista ou o investimento ético - que recusa empresas que explorem o trabalho infantil ou negoceiem em armas, por exemplo. A presença da Igreja no meio rural como forma de contribuir para o desenvolvimento e os cuidados em hospitais e unidades de saúde serão também discutidos.

Fonte Público

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