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A criação e a nostalgia de Deus
2005-11-23 22:03:37

Conferência do Pe. Joaquim Carreira das Neves
no Centro Cultural Franciscano.

Dialogando com alguns dos principais cientistas actuais, o Pe. Carreira das Neves evidencia nesta sua conferência, dia 24 de Novembro, às 21.30h, no Centro Cultural Franciscano, em Lisboa (Largo da Luz), os problemas fundamentais acerca da origem e da finalidade do universo.


É a relação entre a ciência e a fé aqui aprofundada por um especialista da Sagrada Escritura. Afastando-se do materialismo e do espiritualismo entendidos de uma forma absoluta, o Pe. Joaquim defende a via crente do êxtase, da contemplação, da admiração e da interrogação.

A matriz disciplinar do iluminismo e racionalismo positivistas não tem hoje qualquer relevância. Mas essa matriz não pode ser substituída por "uma fé a partir da ciência". É que "Deus foi, é e será sempre uma questão de fé que ultrapassa a razão e a ciência, embora a razão e a ciência possam e devam alicerçar a racionalidade da fé".

Percorrendo as páginas da Bíblia, o conferencista evidencia a fé judeo-cristã em Deus pessoal e criador. Assim, “a criação é matéria espiritualizada proveniente de um Deus totalmente espiritual que a cria para que o Homem a contemple e, contemplando-a, o louve e o ame”. E refere que "o poema bíblico sobre a criação nada tem a ver com a ciência do heliocentrismo e do Big Bang". E, desta forma, "o mundo da ciência caminha paralelo ao da fé, mas sem se confundirem".

Com a noção de criação, a Bíblia evidencia a relação com Deus e não o como dessa origem. Está ultrapassada a contradição entre a Bíblia e a ciência. Só uma visão literalista e fundamentalista do texto sagrado permitirá essa contradição. O Pe. Carreira das Neves conclui dizendo que, hoje, "a teologia também se chama ecologia, a criação também se chama responsabilização". Porque só temos esta casa e porque ela está a arruinar-se, a atitude crente é determinante: "a fé no Deus criador, à maneira de Francisco de Assis, que tratava todas as criaturas por irmãos e irmãs, é, a meu ver, a arma mais poderosa para vivermos e sermos homens e mulheres dignos da criação de Deus", afirma.

Frei Hermínio Araújo


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