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Um discurso antiaborto ortodoxo
2005-11-08 14:36:15

Na conferência da manhã de ontem, Walter Osswald defendeu as posições da ortodoxia católica sobre o aborto e contestou a possibilidade, já posta de lado pelo Governo, de a questão ser resolvida, em Portugal, através de legislação aprovada no Parlamento.

Apesar de o título ser Problemática geral da cultura da vida, a intervenção do professor de Medicina e membro do Conselho Nacional de Ética centrou-se na questão do aborto. Osswald ainda admitiu que "muitos outros temas" poderiam ser tratados. E referiu também que as posições dos que defendem a vida "exigem que quem as toma seja coerente" nas questões concretas do quotidiano.
Walter Osswald começou por referir que é possível encontrar pontos comuns entre crentes e não crentes sobre matérias morais relacionadas com questões da vida humana. A dignidade da pessoa e a autonomia humana são aspectos que demonstram que "é possível" haver bases de consenso quanto a princípios gerais. Mesmo entre os que defendem a despenalização, admitiu, reconhece-se que o aborto deve ser limitado - no tempo ou a determinadas condições. O que significa que essas pessoas também reconhecem "a dignidade da vida embrionária".
Já quanto a aspectos concretos, Walter Osswald admitiu que o consenso é mais difícil. O médico criticou a ausência de fundamentação de um prazo limite para abortar - "10? 12? 24? 26 semanas?" -, afirmou que é "caso raro" aquele em que a vida da mãe é posta em causa pela gravidez, e criticou a reivindicação do direito ao "corpo" da mulher, uma vez que "os direitos de cada um não incluem o dispor da vida do outro".
Osswald criticou ainda a possibilidade de se abortar no entendimento de que há vidas "mais valiosas do que outras". É o caso dos que têm deficiência e que são recusados. E referiu, a propósito, legislação que está a ser proposta em vários países da Europa, de acordo com a qual pais que não tenham abortado, apesar de avisados para a possível deficiência dos filhos, devem deixar de receber os subsídios correspondentes.

A.M.

Fonte Público

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