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Bento XVI assume-se como «guardião do Concílio»
2005-11-01 00:19:05

40 anos depois do encerramento do Concílio Vaticano II, Bento XVI assume a herança conciliar como a principal referência do seu pontificado e desafia a Igreja a “manter sempre vivo o espírito do Concílio Vaticano II”.

O Papa disse ontem aos peregrinos, reunidos para a oração do Angelus, aquilo que vem afirmando desde o dia 19 de Abril: o seu objectivo é dar continuidade à dinâmica gerada pelo II Concílio do Vaticano, que abriu à Igreja ao mundo.
A análise deste Domingo centrou-se sobre os cinco documentos conciliares aprovados nos últimos dias de Outubro de 1965: o decreto “Christus Dominus”, sobre o múnus pastoral dos Bispos; o decreto “Perfectae caritatis”, sobre a renovação da Vida Religiosa; o decreto “Optatam totius, sobre a formação sacerdotal; a declaração “Gravissimum educationis”, sobre a educação cristã; e a declaração “Nostra aetate”, sobre as relações da Igreja com as religiões não-cristãs.
Para o Papa, estes documentos “conservam ainda hoje o seu valor e revelam uma actualidade que, sob certos aspectos, se reforçou ainda mais”.
Sobre o tema dos primeiros três decretos citados foram realizadas três assembleias do Sínodo dos Bispos, em 1990, 1995 e 2001, retomando e aprofundando os ensinamentos do Vaticano II.
Bento XVI lamentou que o documento sobre a educação seja menos conhecido. O Papa lembra que “desde sempre, a Igreja encontra-se empenhada na educação da juventude”, à qual o Concílio reconheceu uma “extrema importância”, tanto para a vida do homem como para o progresso social.
Neste contexto, Bento XVI lembrou a “especial responsabilidade educativa” sentida pela Igreja, que procura de variados modos realizar esta missão: na família, na paróquia, através de associações, movimentos e grupos de formação, assim como – de modo mais específico - nas escolas e universidades.
Finalmente, o Papa deixa uma referência à Declaração “Nostra aetate”, “de grandíssima actualidade porque diz respeito à atitude da Comunidade eclesial em relação às religiões não-cristãs.
Partindo do princípio que “todos os homens constituem uma só comunidade” e que a Igreja “tem o dever de promover a unidade e o amor” entre os povos, o Concílio “não rejeita nada de quanto é verdadeiro e santo” nas outras religiões, e a todos anuncia Cristo, “caminho, verdade e vida”.
“Com a Declaração ‘Nostra aetate’ os padres do Vaticano II propuseram algumas verdades fundamentais: recordaram com clareza o especial vínculo que liga os cristãos e os judeus, reafirmaram a estima para com os muçulmanos e os que seguem outras religiões e confirmaram o espírito de fraternidade universal que exclui toda e qualquer discriminação ou perseguição religiosa”, disse.
O Papa concluiu exortando os fiéis a retomarem estes documentos, “mantendo sempre vivo o espírito do Concílio Vaticano II, contribuindo para instaurar no mundo aquela fraternidade universal que corresponde à vontade de Deus sobre o homem, criado à imagem de Deus”.
Na primeira entrevista televisiva do pontificado, à televisão pública polaca, Bento XVI deixou claro que considera uma missão "essencial e pessoal" não escrever "tantos documentos novos" e diz que a sua prioridade deverá ser conseguir que os documentos de João Paulo II “sejam assimilados, porque são um tesouro riquíssimo, são a autêntica interpretação do Vaticano II".

Fonte Ecclesia

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