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O Deus da Misericórdia
2005-10-24 23:25:04

Como forma de preparar a visita das Relíquias de Santa Teresa do Menino Jesus à Diocese de Santarém, a Paróquia da Sagrada Família promoveu uma Conferência sobre a Espiritualidade de Teresa de Lisieux no dia 22 de Outubro, no Cine-teatro S. João pelas 21horas.

O conferencista foi o Padre carmelita Jeremias Carlos que conhece profundamente a obra de Santa Teresa do Menino Jesus deixou os presentes entusiasmados e ansiosos de aprofundar mais a vida da jovem carmelita.
Inicialmente reflectiu sobre a história da família Martin e depois na grandiosidade da espiritualidade de Teresa do Menino Jesus e da Santa Face. Foi a primeira Carmelita deste Carmelo de Lisieux que toma Jesus como padroeiro. Com o nome de Baptismo Maria Francisca Teresa Martin, Santa Teresa do Menino Jesus e da Santa Face escolhe este nome porque centrou toda a sua vida em Jesus enquanto homem. Menino Jesus porque é em criança que Jesus demonstra mais a sua humanidade, precisa de um pai e de uma mãe que tratem dele, momento da vida de total dependência, fragilidade e pequenez, e depois, na Paixão, momento da vida de Jesus em que Ele surge uma vez mais semelhante a nós, próximo de cada homem, só e na necessidade de companhia. O “abaixamento” de Deus cativou o coração de Santa Teresinha. “Eu não posso ter medo de um Deus, que por mim se fez pequenino”.
Teresa nasceu no dia 2 de Janeiro de 1873. Aos 10 anos sofre de uma doença muito rara, tendo sido curada pela intervenção de Nossa Senhora do Sorriso, Santa Teresa viu que Nossa Senhora lhe sorriu e a partir daquele momento achou-se curada.
Uma data muito importante, a que ela chama “o momento da minha conversão”, ocorre aos 14 anos, depois da missa da meia-noite do dia 24 de Dezembro. Santa Teresa era até então uma criança muito sensível, chorava por tudo e por nada. Nessa noite, pensava ela que ia ter o sapatinho cheio de brinquedos como até então, mas o pai disse-lhe que se tinham acabado as prendas. Em vez de se desfazer em lágrimas, Teresa fica calma e serena. Terá, segundo ela acontecido nessa noite da Encarnação do Deus menino o momento da sua conversão.
Aos 14 anos, Teresa do Menino Jesus já tinha intenção de entrar no Carmelo, para alcançar o consentimento, viaja até Roma, onde recorreu ao Papa e mais tarde, ao Bispo, tal era o seu desejo de entrar para o Carmelo aos 15 anos. Desejo este que só vê ser concretizado onze meses depois de ter completado os 15 anos de idade.
De salientar a grandeza desta alma que diz o seguinte à sua irmã Inês antes de morrer: “Agora é que a minha missão vai começar e só descansarei quando o Anjo der sinal que entrou o último homem no Céu”.
Nós pensamos que trabalhámos agora e temos o céu para descansar. Este é o nosso conceito de eternidade.
Acrescentaria ela ainda que do Céu faria cair uma chuva de rosas sobre a humanidade. E essa chuva está a acontecer. Por onde têm passado as suas Relíquias têm despertado inúmeras vocações e tem levantado muitas inquietações. O Pe. Jeremias revela que naquele momento as Relíquias de Santa Teresa do Menino Jesus se encontram na Nova Zelândia.
A espiritualidade que animava a vida no século em que viveu Santa Teresa em França era um Deus do medo, um Deus de terror e castigador, de tal maneira que as Irmãs do Carmelo no dia da sua profissão, consagravam-se à Justiça Divina para que Deus descarregasse sobre elas todos os castigos que deveria dar aos pecadores pelos seus pecados.
E este ainda é o Deus que está no subconsciente das pessoas, ainda não é o Deus Amor, o Deus Misericórdia.
A mensagem de Santa Teresa do Menino Jesus vem ao encontro deste Deus Amor e centra-se no Evangelho de S. Lucas que é o Evangelho da Misericórdia.
Ela descobre, mesmo no meio da adversidade do seu tempo em que se receia um Deus castigador, um Deus que afinal é Amor e Misericórdia infinita e sente uma enorme necessidade de dar a conhecer ao mundo este Amor.
A propósito da grandeza do amor que Deus Pai sente pela humanidade, o Pe. Jeremias deu a todos os presentes uma lição de catequese lindíssima onde exaltou a infinita bondade que Deus sente por cada pessoa em particular.
A mesma bondade e o mesmo amor que Santa Teresa do Menino Jesus experimentou e que por isso mesmo afirma: “mesmo que tivesse cometido todos os crimes do mundo continuaria a ter Confiança.”
Confiança que leva ao abandono. A abandonar-se sem reservas nos braços do Pai. Fé que leva ao amor e a uma confiança ilimitada.
É somente o caminho do amor e da confiança que conduz Teresa a amar Jesus.
Descobrir que o nosso caminho, a nossa vocação é o Amor.
Santa Teresa do Menino Jesus diz: “No coração da Igreja, minha mãe, eu serei o amor!”

Célia Ramos



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