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Cardeal que se opôs ao nazismo é hoje beatificado
2005-10-10 13:44:55

O cardeal alemão Clemens August von Galen, que foi um dos rostos da oposição católica ao nazismo, será hoje beatificado no Vaticano, durante uma missa presidida pelo português José Saraiva Martins. A cerimónia será concluída pelo Papa Bento XVI.

Bispo de Münster de 1933 até à sua morte em 1946, van Galen denunciou, antes da Páscoa de 1934, a ideologia neopagã do nacional-socialismo. Nos anos seguintes, acusa o regime de discriminar, prender e matar os cristãos por causa da sua fé, denuncia o racismo nazi e a eliminação de 70 mil deficientes.
Ordenado bispo em 1933, já na sua divisa em latim ele afirmava: Nec Laudibus, Nec Timore. Ou seja: nem com elogios nem com ameaças me desvio dos caminhos de Deus. Anos depois, em 1937, von Galen é chamado a Roma pelo Papa Pio XI, que queria ouvir a opinião de vários bispos sobre a situação na Alemanha. Essa conversa foi um dos actos preparatórios da encíclica Mit Brennender Sorge, que denunciava a natureza neopagã e racista do nazismo.
As posições públicas de von Galen, que exorta o episcopado alemão a seguir os seus passos, levam o poder nazi a pensar prendê-lo. A popularidade do bispo, no entanto, pesou na decisão de mantê-lo em liberdade, por receio de que a população se revoltasse.
No final da cerimónia de hoje, o Papa alemão Bento XVI dirigirá uma mensagem aos presentes. De acordo com o comunicado do Vaticano citado pela AFP, a beatificação deste filho de aristocratas é um convite aos católicos a imitar "o seu testemunho corajoso e fiel no meio das vicissitudes do nosso tempo".
Clemens August von Galen morreu, com 68 anos, a 22 de Março de 1946, poucos dias depois de Pio XII o ter nomeado cardeal, em reconhecimento da sua coragem.

A.M.

Fonte Público

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