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Presidentes das Conferências Episcopais avaliam actualidade do Concílio Vaticano II
2005-09-30 22:20:30 O Arcebispo de Braga partiu hoje para Roma a fim de participar, até ao próximo domingo, na reunião dos presidentes das Conferências Episcopais da Europa.
A pastoral vocacional, a relação catequese-escola-universidade, os meios de comunicação social e as migrações são alguns dos assuntos a tratar nesta assembleia plenária do Conselho das Conferências Episcopais da Europa (CCEE), convocada para assinalar o 40.º aniversário do encerramento do Concílio Vaticano II (1962-1965).
A actualidade ecuménica, e particularmente a terceira Assembleia Ecuménica Europeia, a realizar na Roménia de 4 a 8 de Setembro de 2007, é outro dos assuntos inscritos na ordem de trabalhos da reunião dos bispos que presidem às Conferências Episcopais da Europa.
Está prevista uma intervenção do presidente do Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade dos Cristãos, cardeal Walter Kasper. O Arcebispo de Westminster e vice presidente do CCEE, cardeal Cormac Murphy-O’Connor, também vai intervir nesta fase da assembleia. Nesta reunião será divulgado o programa da primeira etapa daquela assembleia ecuménica, que decorrerá em Roma de 24 a 27 de Janeiro de 2006.
Na véspera de partir para Itália, em declarações ao Diário do Minho, o Arcebispo de Braga reconheceu que, «perante o fenómeno da globalização, que proporciona à Igreja grandes desafios, o diálogo torna-se absolutamente necessário para discernir os caminhos para o futuro». Nesta reunião, referiu também D. Jorge Ortiga, vai ser possível «verificar como o [Concílio] Vaticano II está efectivamente a ser o motor da evangelização através do diálogo com as diversas culturas e sociedades e as confissões religiosas não cristãs».
«A comunhão que se viverá [nesta assembleia] - adiantou o Arcebispo Primaz - será um estímulo para, na consciência da responsabilidade que a Igreja Católica tem, se concretizar através do anúncio do Evangelho a unidade entre povos e culturas».
O tema da reunião permite uma espécie de exame de consciência da recepção do Concílio Vaticano II: até que ponto a Igreja, em vez de uma mera depositária dos documentos conciliares, os tem acolhido e concretizado nos tempos que corre - pergunta D. Jorge Ortiga.
«Ao sublinhar a particularidade do diálogo, espera- se que desta reunião plenária possa emergir não uma pastoral de confronto ou contraste com as realidades terrestres, mas de encontro onde pela vida e pela palavra se apresente a originalidade do Evangelho», realça o Arcebispo de Braga e presidente da Conferência Episcopal Portuguesa. Na segunda parte da reunião, os presidentes das Conferências Episcopais da Europa vão pronunciar-se sobre alguns acontecimentos que marcaram a actualidade eclesial e social nos últimos meses, entre eles a Jornada Mundial da Juventude. E também o referendo em Itália sobre a fecundação medicamente assistida; o debate em Espanha sobre a família, suscitado pela legalização dos casamentos homossexuais; a relação entre as Igrejas e a União Europeia e o processo de união europeia após a não aprovação dos franceses e holandeses do Tratado Constitucional.
Enquanto durar o encontro, diversos movimentos eclesiais — entre eles, a Pastoral Juvenil de Roma, a comunidade dos Salesianos e o Caminho Neocatecumenal— vão garantir a adoração eucarística contínua. No próximo domingo, o Arcebispo de Braga e os outros presidentes das Conferências Episcopais participam, na Basílica do Vaticano, na missa de abertura do Sínodo dos Bispos sobre a Eucaristia, «fonte e cume da vida e da missão da Igreja».
«O facto de esta assembleia plenária concluir no dia da abertura do Sínodo dos Bispos sobre a Eucaristia pode também ser uma oportunidade para intuirmos a responsabilidade que a Eucaristia encerra de transformação do mundo», afirmou ontem D. Jorge Ortiga ao DM. E é «um apelo a uma maior vivência das celebrações, em temposde secularismo e de materialismo».
Fonte Ecclesia
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