paroquias.org
 

Notícias






Vaticano investiga seminários dos EUA
2005-09-19 10:09:26

Depois de ter sido anunciada em 2002, na sequência do escândalo dos abusos sexuais na Igreja Católica nos EUA, a investigação decretada pelo Vaticano aos seminários do país vai começar este mês, devendo terminar na próxima Primavera.

As equipas de investigadores vão procurar "evidências de homossexualidade" nos seminários e, para isso, conduzirão entrevistas de carácter confidencial com os estudantes, funcionários e todos os graduados nos últimos três anos, revelou anteontem o The New York Times, que teve acesso ao documento orientador da avaliação.
O Vaticano aprovou a investigação, designada como uma visita apostólica, a primeira desde 1983, e que surge como resposta ao escândalo do abuso sexual que deu origem a milhares de processos há três anos. "Não devem restar quaisquer dúvidas sobre o estilo de vida que os padres devem ter", defendeu Francis Maniscalco, porta-voz da Conferência dos Bispos Católicos dos EUA.
"Trata-se de uma avaliação dos seminários, para ver se estão a fazer o seu trabalho", acrescentou. As equipas de investigadores vão visitar 229 seminários, que, no total, têm mais de 4500 estudantes.
Já há quem antecipe que esta avaliação irá conduzir a uma futura interdição da admissão de homossexuais nos seminários. O arcebispo norte-americano que supervisiona os seminários defendeu mesmo numa entrevista que "alguém envolvido em actividades homossexuais ou que tem fortes inclinações homossexuais" não deve ser candidato a padre.
A sustentar as preocupações dos líderes da Igreja Católica está um inquérito efectuado no ano passado e que concluiu que, de 10.667 indivíduos abusados por padres entre 1950 e 2002, 81 por cento eram do sexo masculino.
A resposta dos activistas dos direitos dos homossexuais não se fez esperar. Joe Solmonese, presidente do Human Rights Campaign, em Washington, considerou que a Igreja está a fazer dos gays "bodes expiatórios dos pedófilos". "Temos este enorme problema dentro da Igreja Católica e a resposta a isto é "vamos viajar pelo país e perguntar às pessoas se são gays"", lamentou.

Fonte Público

voltar

Enviar a um amigo

Imprimir notícia