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Processo de beatificação de João Paulo II sem data de conclusão definida
2005-09-15 22:00:28

O Cardeal português D. José Saraiva Martins, prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, afirmou que não é ainda possível definir quanto tempo durará o processo de beatificação de João Paulo II.

O processo foi iniciado na diocese de Roma e o Cardeal Saraiva Martins precisou que "não se pode prever quanto durará a fase diocesana da causa". Só após este momento o processo passará à Congregação para a Causa dos Santos, para avaliação.
“Qualquer presumível milagre tem de ser examinado pelos médicos, que têm de nos dizer se existe uma explicação médica ou científica. Se não existir nenhuma explicação, então teremos de tentar entender se o facto inexplicável se produziu por uma oração em que se pedia a intercessão de João Paulo II", acrescentou.
O prefeito da Congregação para as Causas dos Santos reafirmou, por outro lado, que a hipótese de martírio para a canonização de João Paulo II seria "muito difícil" de ser levada em conta. Na sua recente passagem por Portugal, o Cardeal Saraiva Martins tinha explicado à Agência ECCLESIA que “o mártir é aquele que dá a vida pela fé, que derrama o seu sangue. Mesmo no caso do atentado de 1981, não há uma escolha consciente, pelo que penso que será difícil”. Já em relação aos últimos anos de vida de João Paulo II, o Cardeal Saraiva Martins frisa que os mesmos são uma prova “da atitude de vida do Papa, não do martírio como effusio sanguinis(efusão de sangue)”.
Ontem, após o final da cerimónia de inauguração da estátua de São Josemaría Escrivà, abençoada pelo Papa, D. José Saraiva Martins frisou que o martírio é constatado quando se morre por não renunciar à própria fé: "não tenho dúvida de que se o tivessem questionado, teria preferido morrer, mas não foi o seu caso", acrescentou, falando do atentado sofrido por João Paulo II a 13 de maio de 1981.
O Cardeal português deixou claro por várias vezes que o processo seguirá “todas as normas canónicas”, apesar da dispensa do tempo de espera de cinco anos. O processo segue uma fase diocesana, que começou no passado dia 28 de Junho, e posteriormente outra fase, na Santa Sé. A Diocese de Roma tem, agora, de proceder à recolha de todos os documentos relativos à vida e obra de João Paulo II, incluindo os escritos inéditos, anteriores à sua eleição como Papa.
Na Congregação para as Causas dos Santos teólogos, médicos e historiadores irão analisar esses dados. As suas conclusões serão depois submetidas ao exame da "Ordinária" da Congregação, composta por 30 membros, entre Cardeais, Arcebispos e Bispos: é a eles que compete aprová-las ou não.
A necessidade de um processo, em contraposição à “aclamação” popular no dia do funeral do Papa polaco foi defendida pelo Cardeal Saraiva Martins como uma forma de preservar a memória do Beato ou Santo. “Daqui a 100 anos, ninguém saberia quem tinha sido João Paulo II se não houvesse processo”, assegurou na sua última passagem por Lisboa.

Fonte Ecclesia

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