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Instituto Padre António Vieira dedica-se aos direitos humanos
2005-07-21 22:27:11

A figura do padre António Vieira, jesuíta que viveu há três séculos e defendeu os índios do Brasil, inspira a nova associação cívica ontem apresentada em Lisboa e dinamizada pelo ainda alto-comissário adjunto para a Imigração e Minorias Étnicas, Rui Marques - que hoje mesmo termina o seu mandato.

O Instituto Padre António Vieira (IPAV) procurará desenvolver a sua acção em três eixos: a preocupação com o futuro, os direitos humanos e a multiculturalidade e diálogo inter-religioso.
O missionário jesuíta no Brasil foi "um precursor da luta pelos direitos humanos, na defesa acérrima dos índios", diz Rui Marques ao PÚBLICO, e o seu exemplo "inspirou muitas causas de libertação". O IPAV fará da luta pelos direitos humanos uma das vertentes da sua acção. "O momento actual - mesmo o que se vive no país - deve levar-nos a reflectir e agir sobre o futuro", afirma o responsável do IPAV. Esse foi um dos eixos da escrita de António Vieira, que publicou uma História do Futuro. E estará na base da criação de um Centro de Estudos Prospectivos História do Futuro. "Trata-se de olhar o futuro e agir sobre ele."
A terceira dimensão do instituto será a multicultural e inter-religiosa. O diálogo com os índios e com os judeus da Holanda que tinham sido expulsos de Portugal, protagonizado por António Vieira, é, de novo, fonte inspiradora para a organização. O instituto dinamizará um fórum de encontro de culturas com espaços de auditório, exposições, biblioteca. A ideia é ter este lugar a funcionar até 2008, ano em que se completam quatro séculos sobre o nascimento do missionário jesuíta. Essa efeméride servirá para dinamizar um conjunto de iniciativas que assinalarão a data. "O padre António Vieira foi uma grande figura, embora nem sempre se lhe reconheça o devido valor", diz Rui Marques.
O IPAV é não confessional e aberto a todos, crentes e não crentes, apesar da figura tutelar. As actividades incluirão também a organização de colóquios, a publicação de livros e um encontro anual com o título Esperanças de Portugal, que procurará encontrar "sinais de esperança para o país, numa visão interdisciplinar".
A propósito da apresentação do IPAV, Rui Marques publicou o livro Uma Mesa com Lugar para Todos. Nele defende
a concessão de voto aos imigrantes em todos os actos eleitorais e a criação de uma agência
de contratação de imigrantes para controlar fluxos migratórios.

António Marujo

Fonte Público

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