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Bento XVI abençoa missão
2005-07-14 21:27:43

Conhecido por ter o dom da palavra, o padre Vítor Feytor Pinto confessou ontem aos seus fiéis da paróquia de Campo Grande que lhe “faltavam as palavras”. Momentos antes, na celebração eucarística comemorativa dos seus 50 anos de sacerdócio, o antigo responsável do Projecto Vida, ouvira uma mensagem que lhe fora enviada pelo Sumo Pontífice, Bento XVI.

Feytor Pinto baixou os olhos e não escondeu a emoção ao escutar a mensagem em que Bento XVI se associara em espírito à festa, que Feytor Pinto sublinhou não ser “a do padre mas da comunidade” que serve.

Na bênção apostólica, Bento XVI desejou que Feytor Pinto possa “levar até ao fim o seu ministério com alegria, serenidade e confiança no Amor Divino”.

Aos fiéis, o padre de Campo Grande referiu então: “É raro ter dificuldade em falar, mas hoje estou com dificuldade pelo que irei desenvolver quatro simples tópicos.”

As centenas de pessoas presentes, que enchiam a igreja e o adro, riram-se então das palavras do seu pastor. E Feytor Pinto explicou o porquê: “Riem-se porque antes das minhas homilias costumo dizer que vou desenvolver três simples tópicos e depois falo bastante tempo.”

E assim foi. Aquele que é director nacional da Pastoral da Saúde da Igreja agradeceu então a Deus pela vida e pela vocação. “Ele cativou-me e eu deixei-me cativar. Desde os meus cinco anos, contudo, uma razão de fundo não consigo encontrar”, disse.

“A possibilidade de transmitir aos outros, em qualquer circunstância, a grande aventura de Jesus Cristo, libertador e salvador. Esta dinâmica da salvação, oferecida através das formas mais diversas, é o que sinto como mais apaixonante no sacerdócio que tenho vivido”, acrescentou.

Reconhecido pelo seu trabalho em áreas como o combate à droga (Projecto Vida) e na pastoral juvenil nacional, Feytor Pinto é também escutado por centenas de fiéis nas suas homilias.

O antigo bastonário da Ordem dos Advogados, António Pires de Lima, é um dos católicos que se deslocam à igreja do Campo Grande para ouvir o padre Feytor Pinto. “Apesar de pertencer à paróquia de São Sebastião da Pedreira desloco- -me com frequência a esta igreja pela facilidade com que o padre Feytor Pinto tem em expor as suas ideias”, disse.

Também o vice-presidente da Câmara de Lisboa, Carmona Rodrigues, baptizado na igreja que estava ontem em festa, referiu que “aprecia a instrução cívica prestada nas missas que Feytor Pinto celebra”.

Presidindo à cerimónia, o Cardeal Patriarca de Lisboa, D. José Policarpo, expôs na sua homilia “a força transformadora da palavra de Deus nos nossos corações”. No final sublinhou “a ousadia, fidelidade e autenticidade do testemunho do padre Feytor Pinto”.

GUTERRES GRATO POR 'DEDICAÇÃO NOTÁVEL'

António Guterres, Alto Comissário das Nações Unidas para os refugiados, foi ontem um dos cerca de 500 amigos que fez questão de comparecer ao almoço de homenagem ao Padre Vítor Feytor Pinto. Sobre o trabalho desenvolvido pelo prior da igreja do Campo Grande, o antigo primeiro-ministro disse ao CM que “a vida da igreja e do país ficaram marcadas por meio século de um exercício de autenticidade e dedicação a nobres causas”, acrescentando que “todos nós temos uma grande dívida de gratidão” para com o padre Feytor Pinto. No almoço, no Centro de Congressos de Lisboa, estiveram presentes destacadas figuras da vida política, científica e cultural que há várias décadas têm trabalhado como o padre Feytor Pinto, como a antiga ministra da Saúde, Maria de Belém; a provedora da Casa Pia de Lisboa, Catalina Pestana; a antiga presidente da Cruz Vermelha Portuguesa, Maria Barroso; o bispo das Forças Armadas, D. Januário Torgal; e a deputada do PSD, Zita Seabra.

Feytor Pinto, Director da Pastoral da Saúde: 'ERRO NÃO É O PRESERVATIVO'

Correio da Manhã – Qual o momento que mais o marcou enquanto padre?

Padre Vítor Feytor Pinto – O momento mais marcante foram os quatro dias que passei com o Papa João Paulo II, aquando da sua primeira visita a Portugal, em 1982.

– João Paulo II surpreendeu-o?

– Pela sua expressão de fidelidade à Mensagem do Evangelho. A atenção que dedicava a cada assunto. E a sua permanente atitude de amor para com todos e a alegria absoluta que demonstrava.

– Na celebração eucarística deu graças a Deus por ter recebido o dom da palavra. Como se apercebeu desse dom?

– Desde pequenino que era chamado a proclamar a palavra de Deus. A viver o ministério da palavra e a anunciar o Evangelho.

– Que desafios se colocam a uma paróquia urbana como a de Campo Grande?

– São três as dimensões a serem desenvolvidas: a pregação; uma acção social muito exigente de apoio para com os mais carenciados; e a adopção de uma liturgia festiva.

– Como Director Nacional da Pastoral da Saúde da Igreja, que posição assume sobre o uso do preservativo?

– O erro não está no preservativo está na atitude. O Homem tem de dar valor à vida, não pode matar ninguém e não pode adoptar a imoralidade sistemática. Recordo as palavras da Dr.ª Laura Aíres (antiga presidente, já falecida, da Comissão da Luta Contra a Sida) quando afirmou que “é necessário não incorrer no sexo anárquico”.

– A questão do aborto voltou a ser discutida na Assembleia da República. Qual a posição da Igreja?

– A Igreja é sempre contra o aborto. Não dizemos é que as pessoas são malvadas


João Saramago

Fonte CM

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