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João Paulo II reforça apelos à Paz na Terra Santa
2001-05-08 23:12:30

João Paulo II surpreendeu o povo sírio ao fazer ontem uma oração pela paz no Monte Golã, destruído por Israel.

O Papa rezou numa pequena igreja ortodoxa, em Kuneitra, que se encontra em ruínas, dirigindo um voto muito especial ao bebé palestiniano, de quatro meses, que foi morto em Gaza, durante um bombardeamento israelita, pouco antes da sua chegada àquela localidade.
"Deste lugar, desfigurado pela guerra, desejo do meu coração que se faça uma oração pela Paz na Terra Santa e no mundo", frisou o Sumo Pontífice, implorando ainda "Senhor Deus, nós te pedimos pelo povo do Médio Oriente para que ajudes a destruir os muros de hostilidade e de divisão".

Esta morte fez com que os apelos do Papa, que têm sido sucessivos nestes três dias de visita, se tornassem mais intensos, embora, por outro lado, tenham agudizado os sentimentos de revolta.

A televisão oficial síria, ao difundir as imagens do Papa em Kuneitra, classificou da seguinte forma a atitude dos israelitas: "Os crimes provam o nazismo de Israel". Mas os apelos do Papa João Paulo II coincidiram também com o anúncio da libertação do jornalista sírio Nizar Nayyouf, de 39 anos, que regressou a casa na região de Lataquié, no litoral, após nove anos de prisão.

O Papa terminou o dia de ontem com um encontro de mais de seis mil jovens de comunidades de cristãs sírias da Igreja grega-católica e Damas, partindo hoje para Malta.

Esta viagem ao Médio-Oriente foi já classificada como uma das mais difíceis e controversas, mas também das mais importantes de todo o seu pontificado, até pelo percurso escolhido. O Papa Woytjla consegue assim realizar o seu sonho e desejo expressos na Carta Apostólica do Terceiro milénio, primeiro documento do Jubileu, apesar dos obstáculos da igreja ortodoxa. Protestos que levaram ao cancelamento da presença na delegação pontífica de um cardeal presidente, Ignace Moussa Daoud, patriarca sírio, que pertence ao grupo dos uniate - cristãos das igrejas de rito grego em plena comunhão e obediência ao Papa e a Roma.

Nesta viagem, o Papa fez várias cedências, inclusive o uso de chinelos para entrar numa mesquita. O Vaticano acedeu ainda a deixar em Roma o novo Perfeito das Igrejas Orientais, após longa controvérsia com o Patriarca grego, que foi "obrigado", pelo poder político, a suportar esta visita de João Paulo II. Apenas num ponto o Vaticano não cedeu: o beijo tradicional de todas as suas viagens, como símbolo de humildade, amor e dedicação.

Nesta viagem, durante a qual o sumo Pontífice tem demonstrado um cansaço extremo, os sinos de várias igrejas vão repicar durante 24 horas pela Paz e pela reconciliação.


Fonte DN

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