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Pontificado de Bento XVI ainda com poucos indícios sobre a sua acção
2005-05-19 22:13:58

Um mês após a sua eleição, que hoje se completa, há ainda poucos indícios do que poderá ser o pontificado do novo Papa Bento XVI. Nestes 30 dias, Bento XVI confirmou algumas ideias-força do seu antecessor, João Paulo II, mas já manifestou também pequenas diferenças.

Entre as linhas de continuidade, para já ao nível das afirmações, está a vontade de dialogar com as diferentes religiões e culturas, incluindo o judaísmo e o islão. Para Junho, quando presidir, em Colónia (Alemanha), à Jornada Mundial da Juventude, o Papa alemão deverá visitar a sinagoga judaica da cidade.

Bento XVI afirmou, na missa de início de pontificado, que o seu programa não é fazer a sua própria vontade, mas, "com toda a Igreja", colocar-se "à escuta da palavra e da vontade do Senhor". E manifestou também a intenção de ter "gestos concretos" na aproximação às outras confissões cristãs.

Conhecidas as suas posições firmes, enquanto cardeal, na afirmação da verdade católica, este será um campo em que se poderá aferir a real intenção do Papa.

A reafirmação do carácter sagrado da vida humana também já foi reafirmada por Bento XVI. Ontem mesmo, na audiência geral das quartas-feiras, perante 25 mil pessoas, o Papa saudou pessoalmente os pais de Terri Schiavo, a americana que morreu depois de deixar de ser alimentada após 15 anos em coma e que gerou uma grande polémica nos Estados Unidos.

Tendo-se apresentado no momento da eleição como "um humilde trabalhador da vinha do Senhor", Bento XVI sublinhou já a vocação da Igreja em abrir as fronteiras entre povos, etnias e classes. Uma das consequências são os indícios de que o Papa quer aproximar-se da China comunista, com a qual já havia contactos informais do Vaticano nos últimos meses do pontificado de João Paulo II.

Diferenças em relação ao seu antecessor são a sua maior timidez e introspecção - apesar de estar cada vez mais à vontade no contacto com os fiéis - e a decisão de não presidir a todas as beatificações. Este gesto parece indicar que o teólogo se distancia mais da religiosidade popular do que João Paulo II. Apesar disso, quebrando a regra que obriga a esperar cinco anos, Bento XVI decidiu, na sexta-feira, abrir o processo de beatificação deste.

Ontem, na audiência geral das quartas-feiras, perante 25 mil pessoas, Bento XVI evocou João Paulo II, que faria 85 anos se fosse vivo: "Queremos agradecer ao Senhor por nos ter dado este Papa e obrigado ao Papa por tudo o que ele nos deu". Um pico nos montes Abruzos foi ontem baptizado, numa cerimónia com a presença do cardeal português Saraiva Martins, com o nome de João Paulo II.

Fonte Público

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