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FÉ ENCHE PROCISSÃO DA SENHORA DA SAÚDE
2001-05-07 19:27:18

"A Nossa Senhora da Saúde faz muitos milagres a quem está doente e lhe pede a cura com grande fé".

Foi com esta convicção que muitas pessoas explicaram ontem à tarde ao Correio da Manhã o motivo por que nunca faltam à procissão em honra da santa, que se realizou, mais uma vez, na Mouraria, em Lisboa. Esta tradição religiosa, que reúne milhares de devotos, é organizada pela Real Irmandade de Nossa Senhora da Saúde e de S. Sebastião. Maria Esperança Teixeira veio descalça dos Anjos, onde mora, em promessa a Nossa Senhora da Saúde. "Ainda na semana passada tive um milagre, depois de pedir à santa as melhoras da dor que tinha num joelho, de maneira a não faltar à procissão", contou ao CM. Também Angelina Figueiredo, devota e membro da Irmandade, recordou ter sido agraciada com um milagre aos 14 anos de idade: "Entrei na capelinha e pedi à Nossa Senhora para ajudar um doente que estava muito mal dos pulmões e ele curou-se mesmo". Na procissão seguiram pessoas de todas as idades, nomeadamente os elementos da Real Irmandade de Nossa Senhora da Saúde e de S. Sebastião, entre outras entidades religiosas, autarcas, militares de todos os ramos das Forças Armadas e elementos das forças de segurança, parte dos quais a cavalo. Participaram, também, bandas militares, policiais e dos bombeiros e escuteiros. A Senhora da Saúde foi coroada na semana passada pela mulher do Presidente da República, Maria José Ritta, que também participou na procissão.

Enfermeiras presentes

Algumas enfermeiras, fardadas a rigor, lamentaram que deixasse de se realizar a tradição de haver uma carrinha que passava pelos hospitais para as levar à procissão, porque, de outra forma, "muitas colegas não podem vir". Quem conseguiu comparecer, por ter trabalhado no turno da manhã, foi a enfermeira Maria Carolina, para quem o facto de "estar ligada à saúde" justifica sempre a sua presença. "É linda, a Senhora!" - afirmaram alguns fiéis, quando viram, no andor ornamentado a cravos amarelos, a santa com o seu vestido carmim, bordado a ouro, o véu cor de pérola, a majestosa coroa na cabeça e, nas mãos, o "bouquet" de flores brancas. A procissão saiu da Capela de Nossa Senhora da Saúde e de S. Sebastião e passou por várias ruas da Mouraria, em cujas casas se viam colchas às janelas. À passagem do andor, os fiéis, que levaram nas mãos uma vela ou ramos de rosmaninho, atiraram pétalas de rosa, que cobriram as ruas da Mouraria. A devoção popular e, muito especialmente, dos doentes, a Nossa Senhora da Saúde tem origem no século XVI, quando o Senado de Lisboa reconhecia que haviam tido resposta as preces do povo a esta santa para acabar com a peste que assolava a cidade. Realizou-se então a primeira procissão em Sua honra, que teria continuidade à terceira quinta-feira de Abril. A tradição chegou a ser interrompida, mas, desde que foi retomada, em 1981, a procissão da Senhora da Saúde recai sempre num domingo. É composta pelas secções de Santa Bárbara, Santo António Ulissiponense, S. Sebastião e Nossa Senhora da Saúde.

Fonte CM

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