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Sesimbra louvou Senhor das Chagas
2001-05-06 20:43:39

Milhares de pessoas assistiam na passada sexta-feira à Procissão do Senhor Jesus das Chagas em Sesimbra. Colchas nas janelas, pétalas atiradas ao andor e alecrim no chão testemunhavam a comunhão de todos os presentes, venerando o padroeiro do mar.


Francisco Vicente, de 76 anos, viveu grande parte da sua vida ligado à faina marítima, unindo o seu destino aos de muitos outros sesimbrenses. Em frente à Igreja Matriz, esperava a saída do andor onde era transportada a imagem do Senhor Jesus das Chagas, recordando que, segunda reza a história, "esta imagem apareceu na praia há mais de 400 anos, altura em que foi levada para a Igreja da Misericórdia, onde continua".
De capa vermelha na mão, acessório comum a muitos outros dos que esperavam a saída da procissão, este antigo pescador referiu ao JN que tal adereço "representa o sangue de Cristo e é usada pelos pescadores e pelos filhos da terra".
Era ver novos e velhos, homens e mulheres, vestidos com as capas, seguindo o andar lento da procissão e pisando o alecrim espalhado no chão. Em silêncio, reverentes. Muitos jovens e crianças seguiam no cortejo, o que levou uma pessoa da assistência a destacar, para quem se encontrava a seu lado, "o trabalho magnífico que o padre tem feito com os jovens".

Pagar promessas
A procissão é, igualmente, a ocasião em que os sesimbrenses, e não só, pagam as suas promessas. Muitos transportavam velas, outros faziam o percurso descalços, num acto íntimo de agradecimento e de pedido.
Isso mesmo confirmou Luísa Amigo, de 40 anos, para quem "a procissão é a altura em que os pescadores pedem ao Senhor das Chagas para que os proteja". Para esta sesimbrense, que confessa a sua fé, seria impensável não ajudar e não participar na procissão.
Momento alto é a paragem no Largo da Marinha. Ao fundo, na baía, barcos engalanados recebem a imagem ao som das suas sirenes. A benção aos barcos e aos homens do mar tem, então, lugar. Muitos não conseguem disfarçar as lágrimas. Afinal, como afirmou o pároco de Sesimbra, "não viemos ver a procissão mas, sim, aclamar Jesus".
De seguida, e por entre o troar de várias dezenas de foguetes, a procissão encetou o caminho de regresso à igreja matriz, de onde, como dizem os naturais da vila, "o Senhor vai para baixo". Ou seja, para a Igreja da Misericórdia, aí permanecendo até ao próximo ano.

Fonte JN

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