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D. Policarpo admite risco da escolha
2005-04-21 20:45:23

A escolha de Joseph Ratzinger é um risco que poderá levar muitos católicos a não se reverem na Igreja, admitiu ontem o cardeal D. José Policarpo, em Roma, na primeira conferência de imprensa após ter participado no conclave.

O patriarca de Lisboa reuniu com os jornalistas e, instado sobre a figura do novo Papa, reconheceu que se trata de alguém cuja imagem mediática, "porventura não muito justamente" foi muito prejudicado pelo cargo que ocupava. Questionado sobre as várias pessoas que abandonaram a Praça de S. Pedro quando ouviram o seu nome, o cardeal admitiu que alguns católicos poderão não se rever na Igreja liderada por Bento XVI. "Temos de aceitar reacções desse tipo com o realismo com que a Igreja aceita todas as coisas", disse, acrescentando "Não creio que reacções dessas sejam motivadoras de uma mudança de rumo. Porventura essas pessoas poderão amanhã aplaudir as linhas orientadoras da Igreja". D. José Policarpo negou, no entanto, que se trate de um pontificado de transição. "A Igreja tem um ritmo apontado pelo próprio Concílio Vaticano II, o qual "tem ainda uma carga promissora de inspiração da Igreja na sociedade que é preciso levar até às últimas consequências". No entanto, admitiu que o pontificado não seja muito longo. "Temos de olhar para a frente e não para trás", adiantou, ao ser questionado sobre as polémicas suscitadas pela figura de Ratzinger nos últimos anos. "Temos um Papa de grandes qualidades, um homem de uma inteligência superior, com uma formação teológica rara, habituado a ler em chave teológica a história", afirmou D. José, não escondendo a sua admiração. "Ratzinger é um teólogo apaixonante. Quando era estudante era o meu ídolo." Além de mais, "revelou-se também com coração. Um homem que chora é sempre alguém que tem alguma coisa a dar à humanidade". E contou: "Quando o fomos cumprimentar, estava com as lágrimas nos olhos, que não conseguia parar."

Fátima. "Portugal, Portugal, Fátima. Não se esqueça de apresentar a Nossa Senhora a este pontificado", disse Bento XVI ao cardeal- -patriarca de Lisboa quando este o foi cumprimentar. "Levarei o recado quando lá for", garantiu D. José. Visivelmente bem-disposto, o patriarca contou ainda que os cardeais foram os primeiros a ver fumo branco. Houve uma avaria na caldeira que queimava os boletins de voto, e o fumo invadiu a Capela Sistina em vez de sair pela chaminé. Os jornalistas ficaram a saber porque é que o povo foi enganado por aquela chaminé pelo menos três vezes. D. José Policarpo só não revelou quando irá a Fátima cumprir o compromisso assumido com Bento XVI. Ficou também a saber-se que o cardeal português não era o único fumador no conclave. Havia pelo menos dois que fumavam cachimbo.

Fonte DN

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