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Fumo branco para o novo Papa na terça ou quarta-feira
2005-04-18 14:38:50

A entrada de 115 cardeais para o conclave que, a partir de hoje à tarde, elegerá o sucessor do Papa João Paulo II, que morreu dia 2 de Abril, será seguida pelas câmaras de televisão e presenciada por testemunhas tiradas à sorte.

O Centro Televisivo do Vaticano (CTV), a Rádio Vaticana, o L’Osservatore Romano, os fotógrafos e o Serviço de Imprensa da Santa Sé serão os únicos a poder assistir e registar a procissão de entrada, às 16h30 (15h30 de Lisboa).

Neste curto cortejo entre a Sala das Bênçãos e a Capela Sistina, onde decorrem as votações – duas de manhã e duas à tarde –, os cardeais são precedidos de um livro com os evangelhos e de uma cruz, enquanto entoam a Ladainha dos Santos e o Veni Creator, acompanhados de vários celebrantes, padres e bispos, além do coro da capela musical pontifícia.

Uma vez dentro da Capela Sistina, e perante os frescos do tecto e o Juízo Final, pintados por Miguel Ângelo, os cardeais terão uma primeira meditação antes da votação inicial.

Só mesmo hoje à tarde é que os cardeais decidirão se o primeiro escrutínio é feito nessa ocasião, ou se é deixado para amanhã. O ritual – que tem um primeiro acto de manhã, com uma missa na Basílica de São Pedro – repetir-se-à diariamente, de manhã e à tarde (com duas votações em cada momento do dia), mas numa coisa parecem coincidir todas as opiniões: o conclave poderá chegar ao fim já amanhã ou na quarta-feira.

Esta perspectiva confirmaria a regra da brevidade dos conclaves do último século, que duraram em média quatro dias: o mais longo precisou de cinco dias e 14 votações, em 1922, para eleger Achille Ratti como Pio XI; o mais curto foi em 1939, resolveu-se em dois dias e três votações, elegendo Eugenio Pacelli como Papa Pio XII.

A ponte entre Ratzinger e Martini

Outra conclusão parece poder retirar-se das reuniões dos cardeais na semana passada: o eleito não deverá ser nenhum dos dois candidatos até agora referidos como mais fortes – o alemão Joseph Ratzinger e o italiano Carlo Martini. Os grupos que os apoiam não serão suficientes para fazer eleger um dos dois – são necessários 77 votos, ou seja, uma maioria de dois terços, para que um candidato seja eleito.

Tal quadro repete o que se passou em 1978, quando os dois candidatos mais fortes – Giuseppe Siri e Giovanni Benelli – se anularam mutuamente e os cardeais tiveram que procurar um terceiro nome: seria o polaco Karol Wojtyla, que liderou a Igreja durante 16 anos e meio. Como naquele ano, é provável que também agora surja uma figura de “terceira via”, capaz de fazer a ponte entre o centralismo representado por Ratzinger e a colegialidade defendida por Martini.

Neste caso, sobem as hipóteses dos cardeais Dionigi Tettamanzi (Milão), Godfried Danneels (Bruxelas), Claudio Hummes (São Paulo) e José Policarpo, o patriarca de Lisboa, que continua a ser citado na imprensa internacional como nome para resolver a eleição.

Não é improvável que a solução também surja de África ou da Ásia, embora o nigeriano Francis Arinze tenha afirmado que a Igreja ainda não está preparada para um Papa africano. A eleição de um dos candidatos será anunciada por fumo branco que sairá da Capela Sistina, resultado da queima dos votos. Pela primeira vez, também os sinos da Basílica de São Pedro repicarão para confirmar a notícia. Se, no entanto, após três dias de votações não houver fumo branco, os cardeais farão uma pausa de um dia antes de prosseguir.

Depois de eleito, o escolhido diz que nome irá usar como Papa. Uma tradição inspirada no episódio bíblico em que Jesus muda o nome do seu discípulo Simão, quando lhe diz: “Tu és Pedro e sobre esta pedra construirei a minha Igreja.” E, à varanda central da Basílica de São Pedro, aparecerá o novo eleito, depois de anunciado, em latim: “Habemus Papam.”

Fonte Público

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