paroquias.org
 

Notícias






Casa dos Cardeais mostrada ao mundo
2005-04-13 04:39:08

O ritual da eleição de um Papa decorre no mais absoluto segredo e o processo obedece às normas da Constituição Apostólica “Universi Dominici Gregis” de João Paulo II (22 Fevereiro de 1996).

Compete aos Cardeais da Igreja proceder à eleição do novo Papa. Este processo acontece durante o Conclave e é feita apenas por escrutínio secreto, que obedece à legislação minuciosa da mencionada Constituição Apostólica.
João Paulo II decidiu que os Cardeais ficassem alojados na designada “Domus Sanctae Marthae” (Casa de Santa Marta), situada na Cidade do Vaticano, junto à Basílica de São Pedro. Nos Conclaves anteriores, os Cardeais ficavam alojados na Capela Sixtina, sem as comodidades necessárias para um acto destes.
O espaço do Conclave dos Cardeais é assim alargado, pela primeira vez na história, a todo o complexo do Vaticano. Os Cardeais continuam a estar submetidos à interdição de qualquer contacto com o exterior, mas não ficarão encerrados num único local.
O centro televisivo do Vaticano apresentou a nova residência dos Cardeais a jornalistas de todo o mundo. A Casa de Santa Marta surge no lugar do velho "Albergue de Santa Marta", na praça de mesmo nome. Fica localizada no lado esquerdo da Basílica de São Pedro, dentro dos limites do Vaticano.
A “Domus Sanctae Marthae” é uma moderna residência para os cardeais e prelados que passam por Roma, completamente remodelada durante o último pontificado, que compreende 106 suítes e 22 quartos decorados com móveis antigos, espalhados ao longo de cinco andares, com salas em mármore branco.
A residência é administrada pela congregação das Filhas da Caridade de São Vicente do Paul, que hoje em dia é a congregação religiosa feminina mais numerosa no mundo, contando com 22 mil religiosas. Do ponto de vista jurídico, a actual “Domus” é uma “Fundação” constituída em 1996 pela própria mão do Papa.
Durante o Conclave, não haverá rádio nem televisão na residência onde os Cardeais vão pernoitar e fazer as suas refeições. A partir do hall, em mármore branco, chega-se ao refeitório, a algumas salas laterais e aos elevadores.
Nos outros andares, longos corredores levam às suítes: o mobiliário é de madeira clara, combinando com as persianas, e o revestimento dos sofás em cores pastéis.
Até à Capela Sixtina, local das votações, os Cardeais deverão percorrer cerca de um quilómetro, provavelmente num pequeno autocarro. Nestes trajectos, nenhuma pessoa alheia ao conclave poderá entrar em contacto com eles.
Durante o Conclave está prevista a presença de outros elementos, “para acudirem às exigências pessoais e de serviço, conexas com a realização da eleição”: o secretário do colégio cardinalício, que desempenha as funções de secretário da assembleia eleitoral; o mestre das celebrações litúrgicas pontifícias, com dois cerimoniários e dois religiosos adscritos à sacristia pontifícia; um eclesiástico escolhido pelo Cardeal decano ou pelo Cardeal que o substitua, para lhe servir de assistente; alguns religiosos de diversas línguas para as confissões, bem como dois médicos para eventuais emergências; as pessoas adscritas aos serviços da alimentação e de limpeza.

Recolher e queimar os votos
Ao longo dos séculos, os boletins de voto no Conclave eram recolhidos num cálice e numa píxide, denominados cálice-urna e representados mesmo numa tapeçaria exposta nas galerias dos museus do Vaticano; após a contagem, os votos ream recolhidos noutra urna e queimados. A sacristia pontifícia da Capela Sixtina guarda esses objectos.
A Constituição Apostólica com a qual João Paulo II renovou as normas para a eleição do seu sucessor regulamenta a possibilidade de voto para os Cardeais que adoeçam durante o Conclave, pelo que seria necessária outra urna. O Vaticano preferiu reprojectar todas as urnas.
A tarefa foi confiada ao escultor Cecco Bonanotte, que fabricou as novas portas de entrada dos museus vaticanos, inauguradas no Jubileu de 2000.
As novas urnas, que consistem em três recipientes de prata e bronze, são baixas e redondas com uma pequena tampa e uma pega que representa o Bom Pastor. O mesmo artista concebeu também um prato onde os Cardeais depositam o seu voto.
As peças são decoradas com símbolos da tradição cristã - o Bom Pastor, as espigas, o cacho de uvas, os pássaros. Todas têm uma finalidade específica: uma servirá para recolher os votos dos Cardeais presentes na Capela Sixtina; outra será utilizada para recolher nos quartos da Casa de Santa Marta os votos dos Cardeais doentes; a terceira servirá para recolher os papéis depois da recontagem, para serem queimados.
Outro dos objectos de referência no Conclave é a salamandra onde se depositam e queimam os votos. Feita em ferro, tem a altura de um metro e duas pequenas portas.
De momento desconhece-se qual será o método utilizado para que o fumo seja distintamente branco ou negro, em vez da cor acinzentada que por vezes sai pela chaminé, gerando grande confusão. Certo é que, desta vez, o fumo branco será acompanhado pelo repicar dos sinos da Basílica de São Pedro.

Fonte Ecclesia

voltar

Enviar a um amigo

Imprimir notícia